O Ministério Público Federal (MPF) pediu hoje (11) o fechamento imediato de seis museus federais que funcionam no Rio de Janeiro: Museu da República, Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Museu Villa-Lobos, Museu da Chácara do Céu e Museu do Açude.
Segundo parecer do MPF, um levantamento do Instituto Brasileiro de Museu (Ibram) mostra que nenhum dos seis museus têm alvará do Corpo de Bombeiros.
Na ação, o MPF pede que seja criado um plano de segurança de incêndio e antipânico para cada um dos museus, “que garantam a segurança elétrica e hidráulica, a fim de salvaguardar a integridade física de visitantes e funcionários, bem como o patrimônio histórico e cultural integrantes das unidades museológicas”.
Os diretores dos museus interditados devem, segundo a ação, tomar providências para proteger as obras de arte, documentos históricos e demais partes do acervo no local, ou se for preciso, transferindo para um lugar mais seguro.
A União e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) serão responsáveis pelo financiamento do plano de segurança. E ao Ibram coube a responsabilidade pela execução do plano de segurança.
Museu Nacional
Enquanto ações ocorrem em alguns locais do país na tentativa de se evitar a tragédia anunciada que acometeu o Museu Nacional (MN), no Rio de Janeiro, com o incêndio que devastou a coleção do espaço no último dia 2, começou nesta terça-feira a instalação de tapumes no entorno do Palácio de São Cristóvão, sede do MN, para garantir um perímetro de segurança na área.
Segundo o diretor do museu, Alexander Kellner, a instalação deve demorar alguns dias e vai garantir que curiosos ou criminosos não invadam o interior do palácio. “Há uma preocupação com o acervo. Infelizmente, quando ocorrem catástrofes assim em outros países, pessoas que não têm sensibilidade querem entrar para ter algum ganho pecuniário”.
Na manhã desta terça (11), um homem foi detido por pichar a estátua de Dom Pedro II, que fica em frente ao Palácio.
O diretor disse ainda que espera se reunir com a Prefeitura do Rio de Janeiro para discutir a segurança da Quinta da Boa Vista, parque municipal onde fica o Museu Nacional. Outro assunto que deverá estar na pauta é a elaboração de propostas de atividades externas para manter a proximidade com a população e visitantes, durante o período em que o MN ficará fechado para obras.
Kellner disse ainda que já está em planejamento uma forma de cobrir o museu, cujas lajes desmoronaram com o incêndio. Sem essa cobertura, o acervo que está sob os escombros pode ser ainda mais danificado pela chuva. O trabalho de resgate das peças que podem ser salvas dos escombros ainda depende da liberação pela Polícia Federal.
Agência de Museus
Alexandre Kellner disse ainda não ter se debruçado sobre a medida provisória, assinada ontem, que criou a Agência Brasileira de Museus (Abram). A decisão do presidente Michel Temer transferiu para a nova agência a gestão de 27 museus brasileiros e delegou a ela a responsabilidade pela reconstrução do Museu Nacional.
“Neste momento, o paralelo que eu faço é o de uma mina que desabou sobre pessoas. Existem pessoas lá dentro que precisam ser resgatadas. O que eu preciso fazer? Concentrar esforços no resgate ou discutir o código da mineração?”, disse Kellner, que afirmou não ser contra negociar parcerias com a iniciativa privada. “Vejo com bons olhos a iniciativa privada auxiliando instituições museológicas”.
A Polícia Federal está à frente das investigações sobre o incêndio.
Da Agência Brasil