O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento, nessa segunda-feira (3), para apurar se o pastor André Valadão cometeu crime de homofobia durante a transmissão de um culto de sua igreja, nos Estados Unidos, pelo YouTube.
Na ocasião, André Valadão afirmou que se pudesse “Deus mataria” a população LGBTQIA+ e “começaria tudo de novo” e, na sequência, disse que estava nas mãos do fiéis agir.
“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”, afirmou.
Segundo o órgão, o responsável pelo procedimento é o procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre, Lucas Costa Almeida Dias. Após a apuração dos fatos, o Ministério Público Federal encaminhará as medidas cabíveis para o caso.
A deputada federal Érika Hilton (Psol) entrou com nova representação contra o pastor no Ministério Público de Minas Gerais. Em junho, ela já havia acionado o promotor Allender Barreto Lima da Silva depois de André Valadão dizer em culto que “Deus odeia o orgulho” em referência ao mês do orgulho LGBT+.
“A gravidade da situação aponta para Justiça brasileira a necessidade de um posicionamento institucional a respeito das reiteradas declarações LGBTfóbicas feitas por André Valadão, que age no sentido de instigar seus fiéis a terem e manifestarem o ódio contra representantes da comunidade LGBTQIA+”, escreve a parlamentar na representação, que pede ao MP que “suspenda a circulação nas redes sociais das manifestações por ele realizadas, em vista do evidente caráter criminoso de seu conteúdo”.
Posicionamento de André Valadão
Em vídeo nas redes sociais, André Valadão se manifestou e disse que lhe é imposta “censura”.
“Nunca será sobre matar, segregar, mas será, sim, sobre resetar, levar de volta à essência, ao princípio… Sim, cabe ao que crê em Jesus levar a mensagem do recomeço, reset, reinício, nascer de novo e viver não mais para si, mas para Deus e suas leis”, escreveu.
O BHAZ entrou em contato com o pastor e com a assessoria de imprensa da Igreja Batista Lagoinha para um posicionamento. O espaço segue aberto.