Porteiro passa mal e morre antes de ser demitido em ‘desligamento em massa’ de empresa pública

Funcionário da ProGuaru
Funcionário aguardava ato de sindicato que orientaria sobre as demissões em massa na empresa (STAP/Divulgação)

Um homem de 70 anos que aguardava a própria demissão, após determinação da extinção da empresa pública em que trabalhava, passou mal e morreu na manhã desta sexta-feira (10). O caso ocorreu na cidade de Guarulhos, em São Paulo.

A ProGuaru, companhia municipal de varrição de ruas, está sendo extinta pelo prefeito Guti (PSD). Nessa quinta-feira (9), a Prefeitura de Guarulhos anunciou o início do o desligamento dos funcionários de forma gradativa.

O agente de portaria que morreu nesta manhã era José Benedito Pinto, que trabalhava para a empresa havia quase 22 anos. De acordo com o STAP (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos), o funcionário aguardava um ato da entidade que orientaria sobre as demissões em massa na ProGuaru.

Segundo o sindicato, José Benedito foi socorrido por guardas municipais após passar mal e cair, e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado.

“Os profissionais da saúde fizeram de tudo. Mas o companheiro, que trabalhava na empresa desde 3 de janeiro de 2000, não conseguiu sobreviver”, informou o STAP.

Demissão em massa

O Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos é contrário à extinção da ProGuaru e busca na Justiça manter a companhia aberta e preservar 4,6 mil empregos.

Os diretores da entidade orientam que os trabalhadores não assinem as cartas de demissão, “pois a questão do encerramento da Proguaru está sub judice [em julgamento]”.

“A extinção da Proguaru, tramada na calada da noite em dezembro do ano passado, pelo prefeito que jurava manter a empresa, criou um clima de terror e tensão entre os empregados – mais de 4.6 mil, imensa maioria de operacionais (braçais), gente simples e pobre”, diz publicação do sindicato.

“A tragédia que estava no ar hoje desceu ao nível do chão e fulminou um trabalhador de 70 anos. O autor é Guti, prefeito que decidiu fechar a empresa e aterrorizar os empregados. Esse caixão Guti vai carregar para o resto da vida. O sindicato vai tomar TODAS as providência cabíveis, legais, morais e legítimas”, completa.

Ao anunciar o desligamento dos funcionários da companhia, a prefeitura garantiu que “vai concentrar todos os esforços legais possíveis para que as empresas vencedoras das licitações dêem prioridade à contratação de funcionários egressos da Proguaru, a fim de que os empregos daqueles que queiram seguir em atividade sejam preservados”.

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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