O presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto, publicou um vídeo inusitado nas redes sociais nesse domingo (12). No Instagram, ele postou uma montagem em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aparece carregando um caixão.
A publicação nos stories, que já não está mais disponível, colocava o presidente no meio do “meme dos coveiros dançantes”, que tem sido utilizado em montagens na internet quando pessoas estão em alguma situação de risco. As informações são do jornal O Globo,
Presidente da Embratur publica vídeo com montagem de @jairbolsonaro carregando caixão. https://t.co/l0NRDpNDWI pic.twitter.com/XFMeKwjM8m
— O Globo Brasil (@OGloboPolitica) April 13, 2020
No uso tradicional do meme, a imagem é cortada em um momento de tensão, dando a entender que as pessoas na cena estariam dentro do caixão. No vídeo, Bolsonaro aparece rindo como um dos coveiros que segura o caixão.
Nas redes sociais, usuários debateram sobre o sentido do vídeo. A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL) questionou no Twitter: “É uma montagem de Jair Bolsonaro rindo enquanto carrega um caixão. É uma piada com os mortos por Covid-19? É uma admissão de culpa pelo desprezo do governo às orientação sanitárias?”.
Esse vídeo foi publicado no Instagram do presidente da Embratur, Gilson Machado Neto. É uma montagem de Jair Bolsonaro rindo enquanto carrega um caixão. É uma piada com os mortos por covid-19? É uma admissão de culpa pelo desprezo do governo às orientação sanitárias? pic.twitter.com/wprYUh66lF
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) April 13, 2020
A origem do meme
Apesar de ser usado como uma brincadeira na internet, os carregadores de caixão dançarinos são uma importante tradição em Gana, país da África Ocidental. Segundo uma reportagem de 2017 da BBC, esses profissionais se especializaram em fazer performances de dança durante o evento.
No país, os funerais são eventos sociais muito importantes. As danças são uma forma de deixar o ritual mais animado. “Quando o cliente vem até nós, perguntamos: ‘Você quer algo solene ou um pouco mais de teatro? Ou talvez uma coreografia?’”, disse Benjamin Aidoo, chefe dos carregadores de caixão, à BBC.
Na tradição do país, essa é uma forma de homenagear a alegria e vida da pessoa que partiu. “Decidi dar à minha mãe uma viagem dançante até seu criador”, afirmou Elizabeth Annan, uma das contratantes do serviço.