A delegada Maria Tereza dos Santos, da 4º Delegacia de Homicídios em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, apresentou a conclusão do inquérito relacionado ao caso dos presos que foram obrigados a fazer sexo um com o outro enquanto eram filmados. Segundo Maria, além de estuprar a mulher de 44 anos e matá-la, depois de assassinar o companheiro dela, de 57, os dois também teriam cometido canibalismo e tortura com as vítimas.
Os presos devem responder na Justiça pelos crimes estupro, homicídio, cárcere privado e ocultação de cadáver, além de porte ilegal de arma. Já os adolescentes envolvidos no assassinato do casal vão ficar internados por três anos. Eles têm 13, 14 e 16 anos.
No documento enviado ao Ministério Público, a delegada conta que a perícia não localizou partes do corpo da mulher. O braço da vítima foi arrancado quando ela ainda estava viva. O marido dela também sofreu tortura: teve parte do tecido das costas removido antes de ser morto.
“Ela foi queimada fora da cova e órgãos da região pélvica não foram achados. Eles também retiraram a mandíbula. A gente chegou a pensar que foi ‘magia negra’, mas tudo leva a crer que eles praticaram canibalismo”, reforçou a delegada. As informações são do Correio 24 horas.
Vídeo na delegacia
No vídeo, que seria uma espécie de castigo pelo crime cometido, é possível ver que um dos presos obriga os rapazes a fazer sexo e dizer que são estupradores. “É assim que os caras fazem na cadeia”, repetem. Eles também trocaram tapas a mando de colegas de cela e foram agredidos. A gravação com as imagens foi parar nas redes sociais e tem provocado polêmica.
Além da atitude dos detentos, a corporação vai investigar como o celular usado na filmagem chegou ao local. Quatro homens já foram autuados em flagrante pelo abuso sexual e também vão responder por estupro. Todos eles serão transferidos para o sistema prisional nos próximos dias.
O Ministério Público da Bahia (MPBA) também investiga o caso. Eles querem saber se não houve omissão por parte dos policiais da 18ª Delegacia. E a Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA) divulgou uma nota de repúdio sobre o caso. Segundo a ordem, a situação evidencia uma “completa ausência das autoridades que deveriam estar fiscalizando e zelando pela ordem e disciplina no ambiente e pela integridade dos custodiados”.