Regina Duarte questiona falta do dia da ‘consciência branca’: ‘Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar?’

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Ex-integrante do governo Bolsonaro foi duramente criticada (Alan Santos/PR)

A atriz Regina Duarte questionou e defendeu a criação do dia da “consciência branca”. A ex-secretária especial de Cultura do governo Jair Bolsonaro (sem partido) publicou, nesse domingo (21), o vídeo de Morgan Freeman no qual o ator afirma que para “combater o racismo é melhor não falar sobre o tema”. Duarte vem sendo duramente criticada nas redes sociais.

“Ontem [sábado] foi comemorado o Dia da Consciência Negra. Quando teremos o Dia da Consciência Branca, Amarela, Parda?”, questionou no início da descrição. A atriz prosseguiu fazendo indagações. “Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar ao peso de anos, de séculos de dor por culpas antepassadas?”.

Para Duarte, é preciso “parar de olhar pra trás” e “enfrentar o hoje e nos olharmos com a coragem da cara limpa”. A atriz afirmou que fazendo isso, a sociedade vai se mostrar madura, evoluída e consciente da luta.

A ex-secretária do governo federal sugeriu ainda que não é preciso abordar o tema do racismo, pois vivemos em uma realidade onde todos “somos seres humanos e irmãos”.

Críticas

A postagem racista rendeu diversas críticas de internautas. Um deles citou a mudança de pensamento do ator estadunidense que teve o vídeo postado por Regina Duarte.

“Morgan Freeman reviu seus conceitos e hoje apoia o movimento negro. Bolsonaristas radicais continuam postando um vídeo de 16 anos atrás, como se fosse atual. Pessoas como Regina Duarte não podem estar em sã consciência ao pedir um dia da Consciência Branca”, escreveu.

“Essa Regina Duarte gosta de passar uma vergonha”, “Mais uma vez Regina Duarte passou vergonha ao questionar sobre a ‘falta’ de um dia da consciência branca. Esse tipo de comentário mostra a violência e a perversidade do ‘cidadão de bem'”, postaram outros.

Dia da Consciência Negra em BH

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, as ruas e avenidas de Belo Horizonte amanheceram repletas de homenagens a personalidades negras e quilombolas no último sábado (20). A ação, idealizada pelo movimento social “Frente Antifa BH”, rebatizou diversos pontos da cidade com nomes de personalidades históricas que lutaram pela liberdade e direitos dos negros no Brasil (leia a reportagem completa aqui).

É esse o caso do Dr. Luiz Gama, patrono da abolição da escravidão, que teve seu nome estampado na Avenida Brasil. Já a Avenida dos Bandeirantes – símbolo da colonização, escravidão e genocídio de indígenas e negros – foi “rebatizada” para Avenida da Resistência Negra.

A lista de personalidades também reuniu nomes como o de Carolina Maria de Jesus, catadora de papel que se tornou uma das maiores escritoras da literatura brasileira; o arquiteto paulista Tebas e Madalena Gordiano, mulher negra mantida em situação análoga à de escrava durante 38 anos por uma família branca, em Patos de Minas, e resgatada somente no ano passado.

Edição: Vitor Fernandes
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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