Regina Duarte terá que devolver R$ 320 mil captados pela Lei Rouanet para peça de teatro

Regina Duarte
Prestação de contas de peça da atriz foi reprovada (Antonio Cruz/Agência Brasil)

A atriz Regina Duarte, ex-secretária Especial de Cultura do governo Bolsonaro, terá que devolver cerca de R$ 320 mil de uma peça de teatro financiada pela Lei Rouanet. O projeto teve a prestação de contas reprovada.

Um recurso movido pela atriz foi negado pelo atual secretário, Hélio Ferraz de Oliveira, conforme publicação no DOU (Diário Oficial da União) nessa quinta-feira (21).

Em 2020, a revista Veja revelou que a empresa de Regina Duarte, “A Vida É Sonho Produções Artísticas”, conseguiu três financiamentos por meio da Lei Rouanet, totalizando R$ 1,4 milhão. No entanto, em março de 2018, o então Ministério da Cultura reprovou a prestação de contas de um dos projetos, a peça “Coração Bazar”.

Por motivos mantidos em sigilo, foi determinado que a atriz devolvesse ao Fundo Nacional da Cultura R$ 319,6 mil dos R$ 321 mil captados pela peça, que ficou em cartaz entre 2004 e 2005.

À época, o filho de Regina e sócio-administrador da produtora, André Duarte, informou à revista que a prestação de contas foi reprovada por causa de um “descuido”. A empresa não teria apresentado comprovantes de que o monólogo foi exibido sem a cobrança de ingressos, contrapartida do contrato.

Recurso negado

Regina Duarte, então, recorreu da decisão para que o ministério revisse a prestação de contas. Conforme publicação no DOU, mais de quatro anos depois, Hélio Ferraz de Oliveira negou o recurso e manteve a reprovação da prestação de contas.

Em 2020, quando procurada pela Veja, a atriz disse que faria “o que a Justiça determinar”. Em entrevista ao Programa do Bial em 2019, Regina criticou o modelo da Lei Rouanet, defendendo que a legislação beneficiasse iniciantes no setor cultural.

“Com relação à Lei Rouanet, transparência é indispensável no uso do dinheiro público. Acho que o governo que usa o dinheiro da população deveria apoiar os que estão iniciando, a cultura regional, de acordo com uma legislação própria”, disse ela na ocasião.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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