Jogo ‘Simulador de Escravidão’ disponível na loja de aplicativos do Google é alvo de denúncias

simulador de escravidão
Um jogo que simula a compra e venda de escravos está disponível na Play Store, loja de aplicativos do Google, desde 20 de abril deste ano (Reprodução/Play Store)

Atualização às 14:08 do dia 24/05/2023 : Esta matéria foi atualizada para incluir o posicionamento do Google, enviado após a publicação.

Um jogo que simula a compra e venda de escravos está disponível na Play Store, loja de aplicativos do Google, desde 20 de abril deste ano. Nesta quarta-feira (24), dezenas de usuários dizem ter denunciado o aplicativo. Após a repercussão, alguns internautas relataram que não tinham mais acesso ao app.

O jogo se define como “o melhor simulador de proprietários de escravos e comércio de escravos” e traz na capa um senhor de engenho cercado de homens negros em posição de subserviência. Nos comentários, alguns usuários exaltam o game e o período escravocrata do Brasil.

“Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam instalar a opção de açoitar o escravo também. Mas fora isso, o jogo é perfeito!”, escreveu o usuário Mateus Schizophrenic em 22 de maio, ao deixar nota máxima.

“Muito bom mesmo, retrata bem o que eu gostaria de fazer na vida real”, disse outro usuário, identificado como Asriel, no mesmo dia em que o comentário anterior foi feito. O jogo “simulador de escravidão” acumula mais de mil downloads desde que foi lançado.

Um dos objetivos do jogo é ‘evitar a abolição da escravatura’ (Reprodução)

Ao BHAZ, o Google informou que o jogo já foi retirado da Play Store. A empresa pede, ainda, que usuários denunciem qualquer aplicativo que não esteja de acordo com as políticas.

“Temos um conjunto robusto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores. Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas”, informou, em nota (leia na íntegra abaixo).

A reportagem também tentou contato com a MagnusGames, responsável pela criação do aplicativo, mas não conseguiu localizá-la.

Nota do Google na íntegra

“O aplicativo mencionado foi removido do Google Play. Temos um conjunto robusto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores. Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas. Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com as nossas regras pode fazer uma denúncia. Quando identificamos uma violação de política, tomamos as ações devidas.”

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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