A Zamp, dona do Burger King e do Popeyes, está em negociação para administrar o Starbucks no Brasil. A rede de cafeterias que faz sucesso no mundo todo entrou com um pedido de recuperação judicial em novembro do ano passado no Tribunal de Justiça de São Paulo.
O documento cita dívidas de R$ 1,8 bilhão. Em Belo Horizonte, quatro shoppings moveram ação de despejo contra o Starbucks por falta de pagamento de aluguel.
Em nota, a Zamp informou que está em tratativas para ter o direito de explorar a marca e desenvolver as operações no país. O interesse da empresa foi manifestado em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quarta-feira (21).
“A Zamp informa aos seus acionistas e ao mercado que, no curso normal dos seus negócios, é comum a avaliação de novas oportunidades de investimento que possam gerar valor para a Companhia e seus acionistas”, diz o comunicado.
“Neste contexto, a Companhia iniciou tratativas com a Starbucks Corporation envolvendo o direito de explorar a marca e desenvolver as operações da Starbucks no Brasil, não tendo sido apresentada qualquer proposta ou celebrado qualquer acordo, ou contrato com a Starbucks Corporation, exceto por um acordo de confidencialidade”, acrescentou.
Pedido de recuperação judicial
Em novembro do ano passado, a SouthRock Capital, empresa que opera a Starbucks no Brasil, pediu recuperação judicial no Tribunal de Justiça de SP. O documento cita dívidas de R$ 1,8 bilhão.
De acordo com a SouthRock Capital, os desafios econômicos advindos da pandemia, a inflação e as taxas de juros elevadas agravaram as dificuldades financeiras dos varejistas. O calendário de aberturas e os alinhamentos com fornecedores e stakeholders também passarão por revisão.
Segundo O Globo, a operadora teve uma queda de venda de 95% em 2020, 70% em 2021 e 30% em 2022. A empresa diz ter sido atingida pela inadimplência de parceiros comerciais, cita a alta dos preços de insumos para o varejo e as dificuldades de manutenção de lojas físicas durante a pandemia.
As marcas Starbucks, Subway, TGI Fridays, Brazil Airports Restaurants, Brazil Highway e Eataly (São Paulo) continuarão operando normalmente durante a fase de reestruturação, conforme informou o fundo de investimentos.