UFMG e Polícia Federal desenvolvem método para valorar obras destruídas no 8 de janeiro

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Uma parceria entre a UFMG e a Polícia Federal possibilitou o desenvolvimento de um método capaz de avaliar os danos às obras no 8 de janeiro (Cecor/UFMG)

Há exatamente um ano, centenas de golpistas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes a República, em Brasília. Durante os ataques, os extremistas de direita danificaram ou destruíram 188 obras de arte e bens culturais: 128 no Supremo Tribunal Federal, 29 na Câmara dos Deputados, 16 no Palácio do Planalto e 15 no Senado Federal.

São pinturas, tapeçarias, esculturas e móveis danificados em diferentes graus, que vão de avarias leves até a completa destruição, resultando em prejuízo que chega a dezenas de milhões de reais.

Uma parceria entre a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Polícia Federal possibilitou o desenvolvimento de um método capaz de avaliar os danos causados pelos invasores a essas obras e de traduzi-los em valores monetários.

Com a metodologia inédita de valoração, especialistas da UFMG e peritos criminais federais tornaram possível calcular o “valor do dano” resultante dos ataques. Como os processos relativos ao 8 de janeiro correm em segredo de Justiça, os custos do dano de cada obra não podem ser divulgados.

Método leva em conta a complexidade das obras

A metodologia foi desenvolvida por um grupo de trabalho comandado pela professora Yacy Ara Froner Gonçalves, do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Belas Artes da UFMG. A partir dela, a Polícia Federal realizou uma série de laudos em que foram valoradas cada uma das 188 obras vandalizadas e calculados os danos causados a cada uma delas.

A elaboração dos laudos levou em conta premissa de que restaurar uma obra não significa retorná-la ao seu estado anterior, já que possivelmente ela nunca voltaria ao seu estado original. A ideia, portanto, é que a matéria e as condições em que uma obra de arte foi criada são partes indissociáveis da história dessa obra.

“O mais interessante dessa metodologia é que, além de resultar em dados que levam em consideração toda a cadeia de subjetividades que envolve a valoração das obras de arte e dos bens culturais, ela gera dados totalmente auditáveis e rastreáveis por qualquer instância interessada no processo”, afirmam os autores.

Com UFMG

Edição: Lucas Negrisoli
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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