Unicef alerta para queda de vacinação infantil no Brasil

vacinação infantil
Pandemia do novo coronavírus agravou queda na vacinação infantil (José Cruz/Agência Brasil)

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) emitiu um alerta sobre a queda da vacinação infantil no Brasil nos últimos três anos. Um levantamento do PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde, aponta que as coberturas vacinais já deixavam a desejar antes da pandemia, mas a situação se agravou com a Covid-19.

De 2019 a 2021, por exemplo, a cobertura de imunização contra o sarampo, caxumba e rubéola – a Tríplice Viral D1 – foi de 93,1% para 71,49%. Além disso, a vacinação contra a poliomielite caiu de 84,2% para 67,7% no mesmo período. Isso significa que três em cada dez crianças não receberam as vacinas necessárias contra doenças potencialmente fatais.

Stephanie Amaral, oficial de Saúde do Unicef no Brasil, explica que os pequenos recebem vacinas contra pelo menos 17 doenças na primeira infância. Dessa maneira, o declínio nas taxas de imunização coloca milhões de crianças e adolescentes em risco de doenças “perigosas e evitáveis”.

Imunização de rotina deve ser fortalecida

Stephanie comenta que, no país, a vacinação de rotina para crianças menores de cinco anos já vinha sofrendo quedas desde 2015. Com a chegada da pandemia, o problema se intensificou. “Para reverter esse cenário, é fundamental fortalecer os programas de imunização e os sistemas de saúde, e incentivar famílias a vacinar as crianças”, afirma.

O fundo destaca que, quanto mais crianças sem acesso às vacinas, mais fácil se torna a propagação de enfermidades. Isso significa que bolsões de comunidades subimunizadas e não imunizadas podem gerar surtos em diferentes partes do mundo e a volta de doenças que já foram erradicadas anteriormente.

O Unicef pede que os governos fortaleçam ou restabeleçam, “urgentemente”, os programas de imunização de rotina. Outra solicitação é o desenvolvimento de campanhas para aumentar a confiança nas vacinas e implementação de planos para alcançar todas as crianças, adolescentes e suas famílias com serviços de vacinação, especialmente os mais vulneráveis que não têm acesso facilitado aos serviços de saúde.

Com Unicef Brasil

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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