Bebê de 1 ano morre de Covid-19 e mãe relata julgamentos em desabafo: ‘Só sabe quem passa’

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A mãe recebeu o diagnóstico de Covid-19 da filha tardiamente (Facebook/Reprodução + Arquivo/EBC)

A mãe de uma bebê de 1 ano e sete meses, que morreu vítima de Covid-19 no Rio Grande do Norte, no último dia 9, usou o Facebook nesse domingo (12) para fazer um desabafo. Por meio de um vídeo, Raimunda Borges explica que tem sido cobrada, nas redes sociais, por não ter cumprido medidas de isolamento social. A mulher conta, no entanto, que o diagnóstico da filha Isabela foi tardio. Ela pede compreensão e que as pessoas não a julguem, além de relatar o sofrimento da família.

Isabela foi a 15ª morte registrada no Rio Grande do Norte em decorrência do novo coronavírus. Com histórico de doenças pré-existentes, a menina passou apenas 11 dias da vida dela em casa, na cidade de Cerro Corá (RN). A bebê passou a maior parte do tempo em hospitais de Natal, já que nasceu prematura e com o pulmão não desenvolvido. Ela chegou a ficar seis meses internada em uma UTI neonatal da maternidade Januário Cicco.

Segundo o UOL, Isabela foi transferida para o Hospital Onofre Lopes por não conseguir respirar e comer sem ajuda de aparelhos. Lá, ela viveu por um ano e um mês. A bebê também tinha encefalopatia crônica, passou por uma traqueostomia e respirava com ventilador mecânico até os últimos dias de vida.

No vídeo, Raimunda conta que Isabela havia sido liberada do Hospital Onofre Lopes e foi para casa, em Cerro Corá. Ela passou onze dias em casa, mas seu quadro se agravou e ela foi levada para o hospital Maria Alice Fernandes, em Natal. Lá, ela ficou sete dias internada e morreu.

A mãe desabafou e pediu a compreensão das pessoas no vídeo. “Estou muito triste pelo que está acontecendo. Não está sendo fácil. Ela teve condição de vir para casa e se despedir dos irmãos, do pai, da casa e do interior, porque ela nunca tinha vindo em casa”, conta Raimunda.

Ela explicou que, quando Isabela morreu, a família ainda não havia recebido o diagnóstico de Covid-19. “Quando passei sete dias com ela no Maria Alice, nenhum médico afirmava que era coronavírus. Eles só tinham a suspeita, mas não estava confirmado. Até então, quando ela faleceu, o médico deu a certidão de óbito e falou que achavam que não era [Covid-19], achavam que podia ser uma pneumonia que ela pegou”, explica.

Por isso, Raimunda saiu na rua na manhã do sábado (11), antes do diagnóstico. “Ontem (11) pela manhã, me falaram que tinha dado o resultado de Influenza B. Vim saber [que era Covid-19] depois das 15h, então pela manhã fui à rua. Peço desculpas por ter saído, mas eu não sabia do resultado”, conta a mãe.

Ela conta que, agora que a família sabe do resultado, todos estão em isolamento domiciliar. “Só quero que vocês entendam a dor que a gente está passando, porque não é fácil. Criticar, jogar pedra, é fácil. Queria deixar bem esclarecido que em nenhum momento eu saí daqui sabendo que minha filha tinha isso, para a gente foi um choque. Agora estamos em casa, de quarentena. Nem se preocupem, só peço para pararem de criticar”, finaliza Raimunda.

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