Covid-19: Ocupação de leitos de UTI chega a 83,5% em BH

Numeros da covid sobem na capital
Centro de BH e teste de covid-19 (Adão de Souza/PBH)

A taxa de transmissão do novo coronavírus segue aumentando em Belo Horizonte. O Boletim epidemiológico divulgado hoje (5) aponta que o chamado RT subiu de 1,06% para 1,07% nas últimas 24h. Além disso, o relatório mostra 65.141 pessoas infectadas e 1.901 mortes pela doença só na capital. Com a chegada das pessoas das viagens e confraternizações de fim de ano, a tendência é que esses números continuem a subir. Podendo causar sérios problemas de superlotação nos hospitais públicos da capital.

O balanço aponta nível amarelo de 1,07%, no número médio de transmissão por infectados e o ideal é que o indicador fique abaixo de 1%. Já a taxa de ocupação nas enfermarias está em 67,3%, quando o ideal seria abaixo de 50%. A ocupação de leitos, por sua vez, é o que mais preocupa no momento: já são 83,5% a porcentagem de vagas ocupadas por pacientes em tratamento de Covid-19.

Indicadores de monitoramento (Reprodução/PBH)

Ultimato da prefeitura

O prefeito Alexandre Kalil (PSD), deu na tarde da última quarta-feira (30), um ultimato para evitar o fechamento da capital mineira (leia aqui). O mandatário aposta na responsabilidade dos belo-horizontinos e na cidade mais vazia para não decretar novas restrições de atividades e do comércio.

“Nos preocupa muito a ocupação [de leitos]. Não teremos o menor receio de fechar a cidade. Temos que lembrar que no interior de Minas há explosão de casos. As praias vão explodir os casos, que o Rio está em vermelho e SP está em vermelho”, afirmou o prefeito. “Estamos dando uma semana para que Belo Horizonte abaixe os números, considerando que a cidade esvaziou. Se a cidade tá mais vazia, o nível de contaminação caiu, mas o sistema de CTIs se encontra estável”, complementou.

ambulância covid bh
Aumento de casos na véspera das festas de fim de ano causou apreensão
(Amanda Dias/BHAZ)

Quanto aos postos disponíveis para a doença na enfermaria, o índice é amarelo, de 63%. “[Não fechar a cidade agora] foi uma das decisões mais difíceis que tomamos durante a pandemia”, admitiu Kalil. “Estamos avisando a população, ao comércio, aos prestadores de serviço, que, em uma semana, se os níveis continuarem como estão e não havendo o decréscimo que nós estamos esperando, a cidade entrará num nível de fechamento com apenas o comércio essencial aberto”, afirmou.

Impacto do Natal e Réveillon

O secretário de Saúde, Jackson Machado, líder do comitê da PBH, explicou que o comitê decidiu esperar um tempo para analisar o reflexo das festas de fim de ano. “Nós aguardamos uma semana para mensurar o impacto do Natal e do Réveillon nos nossos números. Então nesta semana a gente consegue ter uma noção do que vai acontecer antes de penalizar as atividades econômicas”, disse.

O principal responsável pelas restrições na cidade, no entanto, afirmou que não existe um parâmetro para que o fechamento ocorra. “Não temos parâmetros ainda para fechar a cidade, mas estamos muito preocupados com o que pode acontecer na semana que vem. O nosso alerta é para as pessoas se cuidarem, o nosso objetivo não é penalizar ninguém, o nosso objetivo é salvar vidas. Porque uma vida importa pra nós”, disse Jackson Machado. “Então proibir venda de bebida alcoólica para salvar uma vida pra nós já valeu a pena”, finalizou.

Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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