Patos de Minas também retira obrigatoriedade das máscaras em ambientes abertos: ‘Precipitado’, diz infectologista

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Acessório segue sendo obrigatório em ambientes fechados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Prefeitura de Patos de Minas, na região do Alto Paranaíba, retirou a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção em ambientes abertos. A medida segue a determinação do que ocorreu em Ipatinga, no Vale do Aço. Especialista entrevistado pelo BHAZ acha “precipitada” a decisão e defende a utilização do acessório.

O decreto publicado pelo prefeito Luís Eduardo Falcão dispensa o uso da máscara em “ambientes abertos, como praças, ruas, parques e similares”. Apesar disso, segue obrigatório a utilização em “ambientes fechados e em transportes públicos”.

Em postagem nas redes sociais, o chefe do Executivo de Patos de Minas falou sobre a decisão tomada. “É uma medida de consciência. O uso em qualquer espaço foi obrigatório enquanto necessário, felizmente agora temos condições de fazer essa mudança”, afirmou.

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Decreto publicado pela prefeitura da cidade (Reprodução/@PrefeituraPatosDeMinas/Facebook)

Covid-19

Patos de Minas tem 17.738 casos confirmados de Covid-19 e 551 mortes. Os dados são do Boletim Epidemiológico da prefeitura dessa quarta-feira (17). Veja os números da vacinação:

  • Primeira dose – 125.727
  • Segunda dose – 109.925
  • Dose única – 4.055
  • Dose de reforço – 17.992

A cidade tem 97,46% da população acima de 12 anos imunizada com a primeira dose e 88,35% com o esquema vacinal completo.

‘Precipitado’

O médico infectologista Leandro Curi fica preocupado com a decisão de desobrigar o uso do acessório, mesmo que em locais abertos. “A máscara foi a primeira ‘vacina’ que tivemos e conseguimos poupar muitas infecções e mortes. Hoje em dia ela segue sendo necessária, mesmo com a imunização avançando”.

O especialista classifica o não uso da máscara como algo “precipitado”. “Não vejo razão técnica para abolir a máscara. Isso atrasa o fim da pandemia. Máscara evita infecção e vacinas evitam o desfecho ruim. Usar máscara e vacina é como se trancássemos a porta e a janela de nossa casa contra um invasor”, exemplifica.

Curi ressalta que o momento de retirarmos as máscaras vai chegar, mas é preciso paciência. “Máscara é proteção cidadã. O momento de retirá-las vai chegar, só que não é em novembro de 2021. Sou contra estes decretos municipais”.

Flexibilização em Minas será escalonada

Na última semana, o secretário de Saúde do estado, Fábio Baccheretti, disse que o uso máscaras em locais abertos deverá ser desobrigado em todo o estado ainda neste ano. Na ocasião, ele havia adiantado que a liberação aconteceria por cidades, de forma escalonada (veja aqui).

“Devemos soltar nota vinculando a vacinação de cada município [para a liberação do uso de máscaras]. Tem município que já chegou a 75% de vacinação. Não tem como tratar o estado da mesma forma, pois a vacinação é desigual. A expectativa é de que neste ano a gente atinja os critérios para desobrigar o uso de máscara em local aberto e arejado”, disse.

Edição: Vitor Fernandes
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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