Teste rápido para detectar o coronavírus é patenteado pela UFMG

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Teste da UFMG sai por menos de R$ 1 (IMAGEM ILUSTRATIVA – Envato/Banco de imagens)

Um teste rápido que diagnostica o novo coronavírus, eficaz e que custa menos de R$ 1, foi patenteado por pesquisadores do ICB (Instituto de Ciências Biológicas) da UFMG. O exame, apesar do baixo custo, é de alto desempenho e vai possibilitar a testagem em massa da população pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A realização da testagem permite a adoção de medidas mais assertivas durante a pandemia que já matou mais de 500 mil brasileiros. O teste, que se vale de plataforma já consagrada em laboratórios de análise, é realizado com amostra sanguínea. O resultado sai em apenas duas horas.

O professor Rodolfo Giunchett é do Departamento de Morfologia do ICB e coordenou a pesquisa que deu origem ao kit de diagnóstico e falou sobre a tecnologia baseada na detecção de anticorpos.

“Se a pessoa já entrou em contato com o Sars-CoV-2, seu organismo produz anticorpos. O nosso kit avalia três tipos de anticorpos (IgG, IgA e IgM), possibilita uma varredura na população e pode ser aplicado em larga escala. Será possível realizar milhares de exames em um dia”, explicou.

Mais de 20 testes

Ao longo da pandemia, o grupo de pesquisa liderado por Giunchetti desenvolveu mais de 20 testes de diagnóstico para a covid-19. Segundo ele, cinco patentes foram depositadas, incluindo esta última, e outras cinco estão em processo de depósito.

O grande número de tecnologias desenvolvidas pela UFMG é, como salienta o professor, uma prova do capital intelectual diferenciado existente na instituição.

“Temos um conjunto de especialistas com capacidade incrível de desenvolver tecnologia. Está cada vez mais claro que necessitamos de políticas públicas que fomentem o desenvolvimento tecnológico, visto que isso geraria dinheiro para o país e frearia a fuga de cérebros”, analisou.

Giunchetti acrescenta que, como a universidade não pode produzir e comercializar as tecnologias que desenvolve, a transferência para indústrias de biotecnologia é essencial para que os produtos cheguem ao mercado.

No caso do último teste para diagnóstico da Covid-19 criado pelos pesquisadores, ele revela, o grupo já está em contato com empresas brasileiras para a produção industrial do kit. “Depois dessa etapa, o teste chegará rapidamente ao mercado e poderá melhorar a atuação do SUS no combate à pandemia”, concluiu o professor do ICB.

Quem desenvolveu?

O desenvolvimento do teste foi co-coordenado do professor Alexsandro Galdino, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), e contou com a parceria da Federal de Lavras (Ufla), da Federal da Integração Latino-americana (Unila) e da Fundação de Ensino e Tecnologia de Alfenas (Unifenas).

Com UFMG

Edição: Roberth Costa
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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