Vereadores sugerem volta do comércio e grupo pede intervenção militar em BH

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Um grupo de vereadores indicou a reabertura do comércio em BH (Amanda Dias/BHAZ + Reprodução/Whatsapp)

Após reunião realizada na CMBH (Câmara Municipal de Belo Horizonte) na manhã desta segunda-feira (13), um grupo de vereadores produziu um documento indicando ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), a reabertura do comércio não essencial na capital, que está fechado para conter o avanço do novo coronavírus.

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O documento (confira na íntegra abaixo) será enviado à presidente da Casa, Nely Aquino (Podemos), que decidirá se encaminha ou não a indicação ao prefeito. O documento é assinado pelo vereador Jair di Gregório (sem partido), que se curou recentemente após ficar internado com a Covid-19.

O parlamentar defende o isolamento vertical na capital, método controverso que defende o confinamento apenas de idosos e pessoas do grupo de risco.

A indicação, como o próprio nome diz, não tem poder de determinação: cabe ao prefeito da capital a derrubada dos decretos. Em entrevista recente, Kalil disse que só vai “liberar” a cidade quando o Comitê de Enfrentamento à Pandemia do Covid-19, criado pela prefeitura, autorizar a medida.

Ainda nesta segunda, um grupo de manifestantes (leia mais abaixo) se reuniu na porta da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) para pedir a derrubada dos decretos de Kalil que proíbem o funcionamento de comércios e serviços não essenciais no município.

BH parada

No dia 20 de março, começou a valer o primeiro decreto que suspendia os alvarás de funcionamento de diversos estabelecimentos da capital e impunha algumas restrições ao funcionamento. A princípio, as medidas eram mais brandas, mas foram enrijecendo como uma tentativa de frear o contágio do novo coronavírus.

A partir da última quinta-feira (9), começaram a valer as medidas impostas pelo decreto mais recente, que determina que devem ser totalmente fechados 19 tipos de estabelecimentos não essenciais, além de proibir que se utilizem praças e espaços públicos por tempo indeterminado.

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O documento não inclui apenas estabelecimentos considerados essenciais, como supermercados, farmácias e padarias, entre outros. Bares, restaurantes e lanchonetes podem funcionar em sistema de retirada ou delivery. Fora isso, todas as lojas que não se incluam nesta categoria não podem funcionar enquanto valer o decreto.

Protestos

Manifestantes se reuniram na porta da PBH hoje para pedir a reabertura do comércio na capital. Eles se reuniram com a presença de idosos e aglomeração de pessoas, o que contraria a recomendação do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Idosos compareceram ao protesto (Reprodução/Facebook)

O grupo entoou gritos contra o Kalil e as medidas adotadas pelo prefeito, as quais eles consideram como “ditatoriais”. Os manifestantes também pediram por intervenção militar na capital.

Manifestantes pediram intervenção militar na capital (Reprodução/Whatsapp)

O grupo é o mesmo que organizou carreatas pela cidade contra as medidas de isolamento e distanciamento social. Eles, inclusive, já foram multados e criticados pelo prefeito, que os chamou de “egoístas”.

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Segundo o major Rafael Coura, do 1º Batalhão da Polícia Militar, chefe de comunicação do Comando de Policiamento da Capital, disse que monitorou o protesto e não foi preciso interferência da polícia.

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“A PM age em caso de intervenções no trânsito, em caso de contravenções ou crime e no caso de algum atrito verbal. Uma equipe esteve no local e o protesto foi acompanhado pelo setor de inteligência e pelas câmeras do olho vivo. Foi constatado que a situação estava dentro do normal”, afirma o militar.

Coronavírus em BH

Dos 815 casos do novo coronavírus em Minas, 351 estão em BH. Segundo a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), das 23 mortes provocadas pela Covid-19, seis ocorreram na capital.

Reforce a proteção contra o vírus

A SES-MG orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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