Zema não assina carta dos governadores para evitar confronto com Bolsonaro: ‘Momento de união’

Reunião entre governadores e presidente Jair Bolsonaro
Encontrou reuniu 26 governadores (Marcos Corrêa/PR)

Em meio ao embate entre governadores e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, (Novo) não assinou a carta direcionada ao chefe do Executivo nacional.

O documento foi redigido após videoconferência entre 26 governadores nessa quinta-feira (26). O encontro teve o objetivo de discutir medidas a serem tomadas durante a pandemia do Covid-19 – o novo coronavírus.

O encontro virtual ocorreu após Bolsonaro acusar os gestores estaduais de exagero nas medidas tomadas de prevenção à enfermidade. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi o coordenador do encontro.

Videoconferência foi coordenada por João Doria (Marcos Corrêa/PR)

Em um dos trechos da carta, os governadores afirmam que vão “continuar adotando medidas baseadas no que a ciência afirma, seguindo orientação de profissionais de saúde e, sobretudo, os protocolos orientados pela OMS (Organização Mundial de Saúde)”.

Zema e o Coronel Marcos Rocha (PSL), governador de Rondônia, foram os únicos que não assinaram a carta. No entanto a decisão do político mineiro não foi bem vista pelos demais governadores e não é descartado um isolamento de Zema, por conta da decisão.

O que diz o Governo?

Procurado pelo BHAZ, o Governo de Minas Gerais informou, em nota, que Zema defende a “união de todos os gestores públicos” neste momento. “Por esse motivo [o governador], não endossou uma primeira versão da carta, que cita o presidente Jair Bolsonaro”, diz um dos trechos.

O político mineiro sugeriu uma nova redação da carta, algo que não foi aceito e isso contribui para a assinatura dele não acontecer.

Nota do Governo de Minas Gerais na íntegra:

“O governador Romeu Zema esclarece que reuniu-se ontem, por videoconferência com outros 25 governadores do país. Na ocasião, discutiram medidas para enfrentamento da grave crise decorrente do coronavírus.

Algumas dessas ações já haviam sido levadas ao presidente Jair Bolsonaro e a ministros, em videoconferência realizada na manhã de ontem. Ao fim do encontro virtual dos governadores, ficou decidido que as sugestões seriam apresentadas em carta, fruto de uma construção coletiva.

O governador Romeu Zema defende que esse é um momento de união de todos os gestores públicos. Por esse motivo, não endossou uma primeira versão da carta, que cita o presidente Jair Bolsonaro.

Zema sugeriu uma nova redação, que não foi contemplada. Com isso, o governador optou por não avalizar o documento final.

Romeu Zema reitera que os pontos defendidos por Minas Gerais são:

1) Liberação de recursos por meio da Lei Kandir;

2) Aprovação do Projeto de Lei Complementar 149/2019 (“Plano Mansueto”) e mudança no Regime de Recuperação Fiscal, de modo a promover o efetivo equilíbrio fiscal dos Entes Federados;

3) Pacote de medidas que preservem empregos e socorro à iniciativa privada, especialmente micro e pequenas empresa”.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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