Aqueles que acessarem o sistema de resgate de dinheiro “esquecido” do Banco Central nesta etapa e não encontrarem valores a serem recebidos pode fazer novas consultas nas próximas fases do serviço. A informação foi esclarecida após questionamento do g1 nesta segunda-feira (14).
O SVR (Sistema de Valores a Receber) voltou a funcionar hoje, desta vez no site exclusivo valoresareceber.bcb.gov.br. No entanto, ao entrar no sistema, alguns usuários receberam uma mensagem que informa sobre uma nova tentativa de consulta em breve.
“Atualmente você não tem valores a receber. Mas você poderá fazer nova consulta a partir de 2/5/2022, para saber se terá valores a receber no novo período de consulta”, diz a mensagem no portal.
Questionado pelo g1, o BC respondeu que “quem não tiver valores a receber nesta etapa poderá ter nas próximas fases”. Isso porque, ao todo, os bancos têm R$ 8 bilhões a devolver aos clientes, mas nesta primeira fase foram abertas consultas referentes à metade – R$ 4 bilhões.
Já no dia 2 de maio, as consultas a uma nova fase serão abertas. O BC não informou, no entanto, se todos os R$ 4 bilhões restantes serão liberados para consultas nesta próxima fase. Em janeiro, a instituição havia afirmado que todos os recursos seriam liberados “ao longo de 2022”.
Sistema de Valores a Receber
O serviço de consulta e resgate de dinheiro “parado” nas instituições financeiras brasileiras foi retomado hoje por meio de um site exclusivo. No final de janeiro, o BC teve que suspender o acesso ao SVR depois que uma grande quantidade de acessos levou à queda do site da instituição (relembre aqui).
Antes de travar e sair do ar, nos primeiros dias de funcionamento, o serviço era hospedado pelo Sistema Registrato. Com a mudança, o usuário deve se cadastrar gratuitamente na área de login do Gov.br ou pelo aplicativo Gov.br, disponível em dispositivos móveis dos sistemas Android e iOS, para se tornar apto a consultar os valores.
O Sistema de Valores a Receber busca ajudar pessoas a identificar se elas têm algum dinheiro depositado em seu nome, sem que tenha conhecimento, o que pode ocorrer em casos de devolução de cobranças indevidas de tarifas, por exemplo.
A princípio, o serviço permite consultar recursos remanescentes nas contas, tanto para pessoas físicas quanto empresas. Na primeira fase do novo serviço, o Registrato divulgará R$ 3,9 bilhões que podem ser devolvidos aos bolsos brasileiros.
Esse valor é decorrentes de contas correntes ou poupanças encerradas e não sacadas, cobranças indevidas de tarifas ou de obrigações de crédito com termo de compromisso assinado com o BC, cotas de capital e rateio de sobras líquidas de associados de cooperativas de crédito e grupos de consórcio extintos.
Como consultar?
Para reaver eventuais quantias esquecidas nos bancos e instituições financeiras, o usuário deve acessar o site valoresareceber.bcb.gov.br.
O próximo passo é digitar o número do CPF ou do CNPJ, em caso de pessoas jurídicas, para em seguida o SRV informar uma data para consultar os valores e pedir o saque. Nessa data, o cidadão deve retornar à mesma página e digitar seu login a fim de conferir a quantia.
Caso exista algum valor, resta ao usuário escolher a forma de transferência, que pode ser Pix. Vale ressaltar que, se ele não informar sua chave Pix, a instituição entrará em contato para definir detalhes sobre a transferência.
Veja passo a passo abaixo:
- Acesse o site valoresareceber.bcb.gov.br;
- Digite número do CPF ou CNPJ para conferir os recursos para saque;
- Confira data e período determinados pela página para nova consulta;
- Na data indicada, retorne ao mesmo site;
- Acesse o sistema com o login do Portal.br (confira abaixo como se registrar);
- Consulte as quantias e solicite a transferência.
As datas são agendadas conforme o ano de nascimento da pessoa ou da criação da empresa. Veja calendário disponibilizado no site do governo abaixo:
Conta no Gov.br
Ter uma conta válida no portal Gov.br é um requisito para consultar os valores esquecidos nos bancos e solicitar transferências. A criação do registro é gratuita e pode ser feita no site Acesso, no App gov.br para iOS ou App gov.br para Android.
No Portal Gov.br, existem níveis de login para acessar os serviços digitais. Eles variam de acordo com o nível de segurança e complexidade do serviço público pedido. Dessa maneira, o usuário que deseja resgatar o dinheiro esquecido em bancos precisa deter o nível prata ou ouro.
O nível prata permite acessar a maioria dos 3.583 serviços públicos digitalizados com login único. Além disso, torna viável o acesso completo ao aplicativo Gov.br. Para obter, basta concluir um procedimento que compara a foto tirada no aplicativo com as imagens da base da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Outra forma é validar os dados pessoais em um dos seis bancos conveniados ao Portal Gov.br. São eles: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, BRB, Caixa Econômica Federal, Santander e Sicoob. Vale ressaltar que o login do Sistema usado anteriormente, o Registrato, não funciona mais.
Quando o dinheiro vai ser devolvido?
O Banco Central explica que os valores serão devolvidos às contas bancárias a partir de 7 de março. Caso o usuário perca a data informada, será necessário reiniciar o processo do zero. Isto é, repetir consulta no site e esperar o sistema informar nova data para retornar à página do governo.
Evite fraudes
Para evitar fraudes relacionadas ao uso do sistema, o BC reforça que o único site disponível para consulta e saques é o valoresareceber.bcb.gov.br. Assim, o usuário deve se atentar a fim de não entrar em páginas diferentes. O órgão diz também que não entrará em contato com nenhum usuário, nem enviará links por SMS, Whatsapp, Telegram ou email para confirmar dados pessoais ou tratar de valores a receber.
A única forma de contato com o cidadão será no caso de a transferência não ser feita via Pix. No entanto, a comunicação será feita pelo banco, sem pedidos relativos à confirmação de dados ou senhas. Vale dizer que o usuário não deve fazer qualquer pagamento para consultar as quantias a receber, ou para sacar dinheiro, já que o serviço é gratuito.
Com Agência Brasil
