A importância de um treinador e a dica de Maradona sobre o “emocional”

A importância de um treinador e a dica de Maradona sobre o “emocional”

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Maradona foi técnico da Argentina na Copa da África do Sul/2010, vencendo os com três jogos da fase inicial. Ganhou do México nas oitavas e foi eliminado nas quartas de final, em derrota de 4 a 0 para a Alemanha (Foto: twitter/divulgação)

Sou desses que defendem a ideia da importância do técnico em qualquer time, principalmente na montagem do elenco e preparação para a temporada seguinte. Também sou desses que entendem que não se pode dar 100% de poderes a eles. Não podem ser ditadores, inclusive na montagem do grupo. Há muitos interesses inconfessáveis na contratação e dispensa de jogadores, além de subir ou não algum jogador das categorias de base. Até quanto ao rendimento do time o “professor” precisa ser chamado ao diálogo no dia a dia, mesmo quando as coisas estão indo bem. Ele precisa ter 100% de liberdade para escalar o time, mas também precisa estar ciente que quem paga está atento e quer saber de tudo, sobre cada ato.


O Botafogo está vivendo um momento que “oportuniza” se falar sobre isso. O português Luis Castro, que montou o time que liderava com folga o Brasileiro 2023 foi embora. O dono do clube, o norte-americano John Textor, escalou provisoriamente o ex-zagueiro Cláudio Caçapa para o lugar e sabiamente ele “mexeu o doce” na mesma toada do antecessor e as coisas fluíram bem.
Aí o dono resolveu inventar um outro português, o Bruno Lage, muito bajulado por grande parte da imprensa nacional, mesmo sendo um completo desconhecido pela maioria absoluta. Sujeito destrambelhado, que resolveu mexer em tudo, impor seus métodos com a temporada já na metade. Os jogadores rejeitaram suas loucuras e ele caiu. Só que o gringo dono do Botafogo resolveu cair na maior arapuca que existe no futebol: aceitar que os próprios jogadores indicassem o novo chefe. E o gente boa, bonzinho e mansinho Lucio Flávio, foi efetivado no cargo. Deu no que deu!


Por outro lado, impressionante como o pessimismo tomou conta de incontáveis botafoguenses, inclusive gente da mídia, bem informada dos subterrâneos do futebol.
Achei interessante a diferença de opiniões de dois amigos da imprensa, que compartilho com as senhoras e senhores para mostrar como é complexo o entendimento sobre o futebol. Régis Souto e Marcos Guiotti (ambos ex-Globo/CBN/Sportv), são botafoguenses dos mais conhecidos em Belo Horizonte, sempre assistem aos jogos juntos e volta e meia vão ao Rio de Janeiro assistir ao “Fogão”, não é de hoje. Mesmo nos tempos das vacas magérrimas do time da “estrela solitária”, eles sempre firmes, com outros alvinegros que têm uma confraria botafoguense muito legal na capital mineira.


Depois da derrota para o Vasco, o Guiotti twittou:
@marcosguiotti: “A torcida tem que aplaudir o time do Botafogo. Começou o campeonato pra não cair e tentar uma vaga na Sula. Vai conseguir a Libertadores com um time razoável. Foi além do esperado…
… O treinador é muito importante no time de futebol. Tanto que normalmente tem o maior salário. Digo isso para falar que o Botafogo negligenciou…”


Ou seja, jogou a toalha. Não acredita mais no título.
Pedi a opinião do Régis. Ele também reconhece a importância do papel do técnico, mas ainda acredita que o Bota será campeão: “Está faltando chefe, liderança. Não coloco isso na conta do Lúcio Flávio. Como jogador nunca teve esse perfil. Debito na conta dos jogadores. Foram eles que demitiram o Lage e colocaram o Lúcio lá. Mas eles pediram a cabeça daquele português maluco, mas não assumiram a responsabilidade pelas consequências.
Você percebe que falta comando de um líder dentro de campo. Não dá para reverter uma atuação tão ruim no primeiro tempo falando “por favor” no vestiário.
Ontem (contra o Vasco), era partida para ganhar jogando feio. Não eram só os três pontos. Era a virada de chave necessária após ver os adversários se aproximando.
Só continuo acreditando no título ainda porque este esporte se chama futebol.
Sobre emocional, pressão, psicológico, lembro de uma resposta do Maradona falando como enfrentava essas situações: “Pressão tem é o trabalhador que precisa acordar todo dia cedo e pegar um ônibus lotado para ganhar uma miséria de salário”.
Em relação ao título, penso como o Régis: no futebol tudo é possível, inclusive o Botafogo ainda se manter à frente até a última rodada e ficar com a taça.

Comemorando o retorno da jornalista Paula Rangel (cento), que volta a morar em Belo Horizonte, depois de 13 anos em São Paulo, Régis Souto (esquerda) com a esposa Jane, e Marcos Guiotti, com a esposa Vera – Foto: arquivo pessoal

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