Ontem, logo após os 4 a 1 do Athletico/PR sobre o Ameliano, pela Sul-Americana, em Assunção, o Leonardo Bertozzi (ESPN) twittou, como legenda dessa foto do Mastriani, que marcou dois gols: @lbertozzi
“Athletico se impõe no Paraguai e começa a Sula com goleada. Mastriani faz dois e se coloca entre os dez maiores artilheiros do torneio, com 14. Obrigado a quem esteve conosco na transmissão!”
(Foto: twitter.com/AthleticoPR)
Hoje, bem cedo, repostei com o seguinte comentário: “Imaginar que os dirigentes do Atlético e do Cruzeiro deixaram o Mastriani ir embora de Minas. Mais eficiente que os atacantes que o Galo e a Raposa têm no momento.”
Um monte de atleticanos, cruzeirenses e americanos fez comentários de todo tipo, muitos, com bobagens ao vento, tipo: “o América não negocia com o Atlético nem com o Cruzeiro”, “prefere passar para times de outros estados a preço de banana, que vender para a dupla” e por aí vai.
Teve um que questionou a eficiência do Mastriani, atualmente maior que as dos atacantes da dupla. Só lembrar a falta que fez um matador como ele, ao Atlético e ao Cruzeiro nos jogos recentes deles, pelo Mineiro e no caso do Cruzeiro, Copa do Brasil.
É óbvio que o Coelho negocia e sempre negociou com os dois, porém, desde que as propostas sejam decentes.
Todavia, nessa história do Mastriani, fiquei tão intrigado que liguei antes de escrever este texto para o Marcus Salum, que confirmou: em momento algum, ninguém do Atlético e do Cruzeiro ligou para ele manifestando interesse, nem de compra, nem de empréstimo.
Ele teve várias propostas de outros grandes clubes do Brasil, menos dos de Minas.
Sobre essa história de não negociar com Atlético e Cruzeiro, Salum disse que isso é uma grande bobagem. O que ele não faz é aceitar propostas irrisórias deles, que muitas vezes ocorrem.
Lembrou que é amigo pessoal do Sérgio Coelho, presidente do Atlético, amigo do Rubens Menin, de quem foi colega na Faculdade de Engenharia Civil na UFMG, tendo formado juntos em 1978.
E é primo do Alexandre Kalil, com quem negociou o Gilberto Silva em 2000.
E disse mais: aceitou a proposta do Athlético/PR por gratidão ao Mário Celso Petraglia, o poderoso comandante do clube paranaense, que foi corretíssimo com o América, no caso do atacante Vitor Roque, tirado da base do América pelo Cruzeiro, numa rasteira na época em que o presidente da Raposa era o Wagner Pires de Sá.
Na ocasião o caso foi parar na justiça e o América conseguiu ficar com 30%. Depois o Athlético/PR surpreendeu o Cruzeiro e depositou a multa de R$ 24 milhões pelos 50% que o Cruzeiro detinha. Os outros 20% eram da família do procurador do jogador. Quando vendeu o Vitor Roque para o Barcelona (R$ 394,8 milhões), Petraglia, sabedor que o Cruzeiro tinha passado o América para trás, repassou mais 15% ao América, que embolsou mais de R$ 20 milhões nessa transação.
Voltando ao uruguaio Mastriani, que está com 30 anos de idade, Marcus Salum o viu jogar pelo Barcelona de Guaiaquil, na pré-Libertadores de 2021, junto com o argentino Martinez. Neste ano o time equatoriano chegou à semifinal, eliminado pelo Flamengo, que decidiu (e perdeu) o título com o Palmeiras, que tinha eliminado o Atlético no Mineirão.
A propósito, o Cruzeiro tentou contratar Martinez, mas não houve acordo e o América soltou nota no início da noite colocando ponto final no assunto: @AmericaFC1912 ”Em virtude do excesso de especulações envolvendo o nome do atleta Emmanuel Martinez, o América não irá mais comentar sobre o caso. O jogador tem contrato e segue treinando normalmente. Caso haja uma proposta oficial que o América SAF entenda ser interessante para o Clube, e o jogador para a sua carreira, a transferência será concretizada e posteriormente informada.”
Sobre a dificuldade de negociações entre América e Atlético, esta história realmente existe, por razões comerciais mesmo, assim como entre outros clubes. Me lembro de uma postagem aqui no blog, e 5 de janeiro de 2017, quando o então presidente do Galo, Daniel Nepomuceno, não conseguiu contratar o volante Rithely, do Sport Recife. O clube pernambucano pedia R$ 20 milhões por 50% dos direitos dele. Na época, Nepomuceno disse o seguinte: “… há três clubes no Brasil com quem é quase impossível negociar: Sport, Atlético-PR e o América…”