Edu, do Cruzeiro, relata prisão e tratamento hostil da polícia após conflito em Londrina; entenda o caso

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Edu relatou ter recebido tratamento hostil após a confusão (Roberto Zacarias/Staff Images/Cruzeiro)

O atacante Edu, do Cruzeiro, revelou ter recebido tratamento truculento e hostil da polícia após a confusão ocorrida depois da vitória do clube mineiro no último lance contra o Londrina, na noite de ontem (9). Tudo começou com a tentativa de invasão de torcedores do Londrina à cabine da rádio Itatiaia no Estádio do Café, local do jogo.

Diante do perigo, os jogadores do Cruzeiro tentaram subir ao local para ajudar os profissionais da imprensa. Porém, a maioria deles foi impedida pelos policiais presentes no estádio, que jogaram gás de pimenta (vídeo abaixo).

‘Tratado como vagabundo’

O atacante Edu foi um dos atletas que tentou controlar a situação para impedir ataques dos torcedores do Londrina. Ele chegou a ser detido pela polícia acusado de agressão e voltou a Belo Horizonte apenas na manhã de hoje (10).

Por meio das redes sociais, o jogador desabafou: “Acabei de chegar em casa! Dentro de uma cela 40 minutos, tratado como vagabundo! Prestei depoimentos, usei os vídeos onde claramente eu não tento nenhum tipo de agressão!”, escreveu. Edu concluiu seu tweet comemorando a vitória do clube celeste. Veja:

A confusão

Durante a narração do gol da vitória do Cruzeiro, marcado por Rodolfo no último lance da partida, alguns torcedores do Londrina concentraram seus descontentamentos no radialista Osvaldo Reis Pequetito e no operador Flávio Cândido, que estavam na cabine. Inconformados, os londrinenses tentaram invadir o local, que estava sem policiamento. É possível perceber o início da confusão no vídeo mais abaixo.

Logo no início do ato dos torcedores, os atletas do Cruzeiro ficaram sabendo da situação e tentaram ajudar os profissionais na cabine. Mas nem todos conseguiram chegar ao local, já que a polícia fechou o portão e utilizou gás de pimenta.

Em conversa com a Itatiaia no momento do conflito, o atacante Luvannor disse: “A gente só queria subir porque subiu jogador nosso pra lá. A torcida deles está ‘fechando’ o cara [Pequetito]. Quatro jogadores nossos foram, mas tinham os torcedores dos caras. São 50 contra quatro. O policial foi covarde. Não queríamos entrar, mas ele me deu uma cacetada nas costas de um jogador nosso. É covardia”.

Depoimento de Pequetito

O narrador mais conhecido como Pequetito falou sobre o ocorrido durante o pós-jogo na Itatiaia. “Eu apenas narrarei o gol do Cruzeiro, o gol da vitória, como qualquer outro gol. Se fosse do Londrina, eu narraria. Agora, quando terminou o jogo, voou coisa na gente aqui, caiu o meu fone, chute na porta”, disse.

Ele também relatou que a invasão só não aconteceu porque o operador Flávio conseguiu bloquear a porta de acesso à cabine. “A linha acabou caindo, puxaram, mas estou bem (…). Se o Flavinho [Cândido] não corre rápido e coloca o banco como proteção, como anteparo, eles tinham invadido a nossa cabine”, continuou.

Além disso, o radialista detalhou as falas violentas e afirmou ter recebido apoio: “Tem aquelas ameaças, como ‘você não vai sair daqui vivo’. A gente tem família, a gente tem medo, claro. Depois vieram outros três, quatro, cinco [torcedores do Londrina] que me reconheceram e perguntaram se eu estava bem”.

Por meio de seu Twitter oficial, cerca de meia-noite desta quarta-feira (10), Osvaldo Reis fez um comunicado breve e desabafou: “Maior medo que passei nesses mais de 40 anos de profissão. A violência nos estádios tem que acabar e PRA ONTEM”.

A Itatiaia também informou que Pequetito e Flávio Cândido não tiveram ferimentos, e ficaram mais de uma hora na cabine após a confusão, para evitar quaisquer imprevistos.

Edição: Roberth Costa
Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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