Ruan Índio no Cruzeiro, Iseppe no Galo, mas o nome da vez é Fernando

Ruan Índio no Cruzeiro, Iseppe no Galo, mas o nome da vez é Fernando

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Luís Fernando fez 26 gols na temporada, dois deles na final. Foto: @Cruzeiro/@staff_images

A salvação de qualquer clube que não tenha bilionários e/ou governos por trás é trabalhar com competência as categorias de base, revelar jogadores, usá-los o máximo possível em seus times e vendê-los para “fazer caixa” e tocar sua vida. Isso é no mundo inteiro, principalmente depois que o futebol se tornou um grande negócio, especialmente para se lavar dinheiro ou potencializar algum interesse político.

Um dos maiores exemplos dessa nova era foi Sílvio Berlusconi, magnata dos ramos imobiliário, financeiro e das comunicações da Itália, que comprou o Milan em 1986.

Depois foi Primeiro Ministro do país por três vezes. Em 2003, veio a compra do Chelsea, da Inglaterra, por Roman Abramovich, “amigo” até o último fio de cabelo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em 2003. A história entre eles começou com o fim da União Soviética, em 1992.

Exemplos mais recentes são a ligação do governo do Catar com a aquisição do Paris Saint-Germain, e a Arábia Saudita, que passou a investir pesado em todos os seus clubes de futebol. Certamente vai sediar a Copa de 2034. Os arranjos da FIFA para a de 2030 deixam isso claro. Ao oficializar que haverá jogos no Uruguai, Argentina, Paraguai, Marrocos, Portugal e Espanha, adoça da boca de todos que queriam se candidatar às próximas e deixa o campo livre para os sauditas que vão encher os cofres dela assim como o Catar fez para receber a Copa do ano passado.

No futebol é possível lavar dinheiro, alavancar carreiras políticas, derrubar ou colocar alguém no poder. Em todos os cantos do mundo, aqui principalmente.

O Cruzeiro foi campeão da Copa do Brasil hoje e a imprensa do país fala em Fernando, o atacante de 18 anos, que marcou mais gols em jogos oficiais do Sub-20 este ano do que todo o ataque do time profissional.

Emprestado pelo Água Santa, vice-campeão paulista deste ano, custará à Raposa R$ 650 mil, para que ela fique com 50% em dezembro próximo. Claro, que o negócio será concretizado.

Ruan Índio em foto do @Cruzeiro

O Cruzeiro tem outro artilheiro que promete: Ruan Índio, 17 anos, nascido em Contagem, inclusive levado pelo técnico Zé Ricardo para o jogo de ontem contra o Cuiabá na Arena Pantanal.

Não entrou no empate sem gols, mas já, já terá a oportunidade dele. Quem o viu jogar falar maravilhas, artilheiro nato, principalmente contra o Atlético. Não passa em branco contra o Galo de jeito nenhum

Foto: twitter.com/GaloNaBase/@Iseppe1o


O Atlético tem Matheus Iseppe, também artilheiro, capitão do time Sub 17, que este ano marcou um gol do meio de campo e foi muito badalado pela imprensa nacional. Escrevi sobre ele aqui no BHAZ: “O gol espetacular do Iseppe e a qualidade do time Sub-17 do Galo”

Jogadores como estes são normalmente monitorados a partir dos 10 anos ou até menos. Quando chegam nesta situação já têm assessoria de imprensa, patrocinadores como Nike, Adidas e etecetera e tal.

Com a chegada das SAFs e do mundo empresarial com toda a força no futebol brasileiro, o investimento nas categorias de base será cada dia maior, em bons olheiros e em treinadores que gostam e sabem lançar jovens em seus times. Eles vão aparecer nessas vitrines gigantes que são clubes como Cruzeiro, Atlético e tantos outros e quando surgirem propostas na faixa entre R$ 50 e R$ 100 milhões, serão “passados nos cobres”, como diz o cruzeirense Raul Otávio Pereira, que afirma ter ficado muito feliz com o título do Sub 20 de hoje e com o futebol jogado pelo Fernando, além dos gols: “Já que estou na bosta mesmo, só resta me agarrar a uma última esperança”, disse.

Em Minas, quem faz melhor trabalho na base nas últimas décadas é o América, mas assim como Cruzeiro e Atlético, lança mal e tira menos proveito do que deveria deste bom caminho que ele segue.

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