Sem clube, atacante Zé Love desabafa sobre depressão e falta de apoio: ‘Meu coração chora’

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O jogador foi campeão da Libertadores pelo Santos em 2011 (Reprodução/Twitter/@SantosFC + Reprodução/Instagram/@zelove9)

O atacante Zé Love, ex-Santos e atualmente sem clube, fez um desabafo ontem (24) sobre a sua situação de poucas perspectivas de trabalho. Por meio de suas redes sociais, o jogador de 34 anos vem compartilhando depoimentos e registros de seu cotidiano.

“Estou treinando bastante, aperfeiçoando minha parte física, mas desempregado e sem contrato. Infelizmente por pessoas ruins, que passaram em branco. A gente acaba servindo de cobaia, jogador que deu cabeçada em juíza já está jogando, que chutou juiz está em atividade”, disse Zé Love por meio de stories no Instagram.

‘Meu coração chora’

Pouco após ter sido diagnosticado com depressão neste ano, o atleta saiu do Brasiliense, fato que o deixou magoado.

“A minha intenção é abrir meu coração, dizer que todo dia meu coração chora porque não lembro de ter feito dois anos tão bons como 2020 e 2021 de gols e conquistas, tirando o que conquistei no Santos. Contraí uma maldita doença, que todos nós estamos sujeitos. E depois disso, não tive apoio nenhum, principalmente por quem tenho carinho enorme que é o Brasiliense”, afirmou.

O atacante postou uma série de stories com desabafos (Reprodução/Instagram/@zelove9)

‘Sem imagens’

Em novembro de 2021, após uma confusão com a arbitragem em um jogo da Série D, o atacante foi punido pelo STJD com suspensão de 380 dias. Posteriormente, o gancho foi reduzido para 130 dias. Ele também recebeu uma multa de R$ 40 mil.

“Mesmo sem imagens de que cuspi ou agredi, fui condenado e tratado como bandido pelo tribunal. Muita gente que jogou comigo sabe da minha índole e caráter. Por ter apelido de Zé Love acha que é de cara que vive na noite, bebendo e fazendo coisas erradas”, se defendeu.

“Tomei 380 dias sem fazer nada, sem imagens e sem fazer nada para ser condenado. As pessoas me perguntam se acabou a punição, e o que eu respondo sendo que não fiz? Julgar é fácil, difícil é estar na pele e não saber o que responder”, continuou, com os olhos marejados.

‘Futebol perdeu o valor’

Zé Love também lembrou algumas boas estatísticas que apresentou nos últimos anos. “Em 2020, fui o terceiro artilheiro do Brasil, em 2021, fiquei entre os dez. Hoje, estou aqui na minha casa treinando e me dedicando para poder voltar a fazer dignamente o que eu amo. Meu coração dói de ver meu filho perguntando por que não estou jogando”, afirmou o ex-atacante do Santos.

“Estou treinando todos dias pensando o tempo todo em voltar a jogar e fazer aquilo que amo, é meio que um desabafo. Dói quem passou o que eu passei, dói em quem viveu o que vivi, e me mantenho de pé, firme e forte treinando até dois, três períodos para voltar a fazer aquilo que eu amo da maneira que sempre fiz, dar minha vida dentro de campo e honrar a camisa de onde esteja”, continuou.

Além disso, o atleta fez uma crítica à estrutura que está por trás do esporte. “O futebol perdeu o valor, é mais um comércio. Perdeu a paixão por causa disso, difícil você ver clube com jogadores de identidade, de ter a paixão e amor pelo clube, a vontade de estar vestindo aquela camisa”, lamentou.

Depressão

Em março deste ano, Zé Love havia iniciado o tratamento de depressão e escreveu uma mensagem de esperança por meio do Twitter. “Nos momentos mais difíceis, onde a dor te cega e você só deseja sentir um pouco de alívio, não desanime! Acredite e confie!”, afirmou (relembre aqui).

“Hoje é um recomeço. O dia que eu começo a fazer as minhas primeiras atividades físicas, com muito amor e carinho das pessoas que vêm me dando muito apoio. Com muita fé em Deus, tenho certeza que tudo vai dar certo com o tratamento muito bem feito que eu venho fazendo”, disse em um vídeo. Já em abril, o atleta saiu do Brasiliense, e desde então, está sem clube.

Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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