Pancadaria em Sete Lagoas: Galoucura expulsa atleticano e suspende líder de torcida

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Confusão assustou e surpreendeu frequentadores do estabelecimento nesse domingo (Reprodução/Tecle Mídia)

Atualização às 10:57 do dia 21/03/2023 : Atualizado para incluir informações repassadas pela Polícia Civil.

A Galoucura, maior torcida organizada do Atlético, anunciou a expulsão de um torcedor de Sete Lagoas por má conduta. A nota foi publicada depois que atleticanos atacaram e agrediram cruzeirenses em um bar da cidade, na região Central de Minas, nesse domingo (19).

No comunicado, o perfil oficial da Galoucura diz repudiar atitudes que prejudiquem o andamento da entidade, pontuando que o episódio de violência não condiz com a ideologia da torcida.

Um dos homens que estaria envolvido na confusão está expulso da torcida, apesar de não ter cadastro regular. Além disso, o líder da Galoucura em Sete Lagoas também foi suspenso por três meses de qualquer atividade com a organização, “seja viagens, eventos e frequentar a sede da torcida”.

“Ressaltamos que a caminhada hoje é outra, estamos trabalhando em prol da entidade, não ACEITAREMOS nenhuma conduta que seja prejudicial à torcida, e que venha atrapalhar nosso trabalho”, finaliza a nota.

Reprodução/Instagram

A Polícia Civil também informou, nesta terça-feira (21), que abriu inquérito para investigar a briga (leia mais abaixo).

Torcedores agridem grupo em Sete Lagoas

O posicionamento da Galoucura ocorre após um grupo de agressores, supostos integrantes da torcida, atacar torcedores do Cruzeiro em um bar da cidade mineira nesse domingo.

Câmeras de segurança captaram o momento em que os agressores chegam e se aproximam de pessoas vestidas com a camisa do time celeste. Na sequência, eles atacam as vítimas com socos.

As imagens mostram que, no local, também havia crianças e mulheres. Em determinando momento, uma das jovens é agredida por um dos homens. Além disso, até mesmo cadeiras do estabelecimento são usadas na troca de agressões. A briga se espalha rapidamente pelo bar (assista abaixo).

Violência começou ‘repentinamente’

Ao BHAZ, uma mulher que estava no bar, e prefere não se identificar, contou que a violência começou repentinamente. Ela estava na mesa onde dois clientes vestiam camisas de torcidas organizadas do Cruzeiro. A jovem chegou a levar tapas e socos de um dos agressores, mas está bem.

“Estávamos sentados na mesa, conversando, depois do jogo do Cruzeiro e os homens já entraram gritando: ‘aqui é Galoucura’”, explica. “Não teve discussão nem nada, simplesmente chegaram agredindo”, diz ela.

A frequentadora ainda conta que, como estava com o filho pequeno, a situação foi ainda mais aterrorizante. “É um bar super familiar, tranquilo. Eu estava com meu filho e tinha outra criança na nossa mesa, e uma terceira em outra. Graças a Deus nenhum deles se machucou. Foi um minuto que durou, mas um minuto de terror”, diz ela, que não pretende mais ir a estabelecimentos em dias de jogos.

Código de ética para a torcida

No mês passado, a presidência da Galoucura se comprometeu a criar um código de ética para a organizada junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) previa que o documento fosse entregue em até 30 dias.

O presidente da Galoucura, Josimar Junior de Souza Barros, e o vice-presidente, Jorge Rodrigo de Oliveira Silva, firmaram o compromisso com o órgão por meio da 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte.

Assim, para o promotor de Justiça Fernando Abreu, a intenção é levar esse tipo de iniciativa a outras torcidas organizadas de BH. Assim, ele destaca que o TAC é um compromisso que sinaliza a mudança de comportamento dessas organizações.

Segundo o MP, o código de ética terá cláusulas sobre direitos e deveres dos integrantes da Galoucura. Além disso, regras de postura e conduta que os associados deverão seguir e sanções no caso de descumprimento. Dentre elas, estão a suspensão cautelar pelo período de três meses ou um ano, além do banimento definitivo.

Desse modo, caso receba as sanções, o associado poderá ser proibido de comparecer à sede da torcida, caravanas, festas fechadas, e por aí vai. Também não poderá receber ingresso ou qualquer outro tipo de benefício partindo da agremiação (leia mais aqui).

Polícia investiga

A Polícia Civil informou que instaurou inquérito policial para apuração do ocorrido. Segundo a corporação, a investigação, que ficará a cargo da Delegacia Regional de Sete Lagoas, visa identificar os suspeitos para a devida responsabilização criminal.

“Por ser supostamente crime previsto no Código Penal (art. 137 – participar de rixa, salvo para separar os contendores), a ação penal pública é incondicionada, ou seja, não precisa de manifestação de qualquer pessoa para ser iniciada. Além disso, há conexão com o Estatuto do Torcedor”, diz a polícia.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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