Covid-19: Empresário incendeia o próprio supermercado e se arrepende

Homem tinha a intenção de tirar a própria vida após o incêndio para evitar transmissão do vírus (Reprodução/@BruceRockPol/Twitter)

Um dos donos do único supermercado em uma pequena cidade no interior da Austrália incendiou o próprio estabelecimento. O empresário tomou a atitude drástica quando estava “obcecado” com o coronavírus. O homem alegou que estava sendo pressionado por clientes raivosos e recebia muitos compradores de outras cidades.

Edward Guy Mason, 57, tentou ainda tirar a própria vida após atear fogo a três carrinhos de compras cheios de papelão. Depois de iniciar o incêndio, em 25 de março, o homem foi andando para casa, onde foi preso.

Transeuntes viram as chamas e alertaram as autoridades. No entanto, o fogo já havia destruído o supermercado e uma loja de eletrônicos ao lado, que era do irmão de Mason. O prejuízo foi estimado em um milhão de dólares.

Paranoia

Após o julgamento, Mason afirmou a ABC News que a saúde mental já estava se deteriorando por causa da pandemia. O homem disse ter profundo arrependimento pela atitude. “Eu estava gerenciando um negócio e vendo minhas prateleiras sendo esvaziadas. Foi muito difícil lidar com isso”, relatou.

O homem explicou que a motivação para o incêndio foi erradicar o vírus e proteger os clientes. Mason também tinha certeza que ele mesmo tinha a doença. “Vendo as diferentes notícias e como pode ser transmitido eu pensei: ‘nós estamos recebendo caixas dos armazéns, caixas vindas da China’. Eu senti que certamente teriam germes nas caixas”, detalhou.

A decisão do juiz

Inicialmente, a decisão da corte australiana havia condenado o homem a prisão por 16 meses. No entanto, em um recurso do caso, o juiz notou que as circunstâncias eram incomuns e a pandemia tinha afetado diretamente o comportamento do homem. “Na época, você tinha uma obsessão com a Covid-19. Isso impactou o seu negócio. Você acreditou que estava infectado. Você queria manter as pessoas seguras”, afirmou o juiz na decisão.

Mason já estava preso há quatro meses quando aconteceu a revisão da pena e a justiça decidiu liberá-lo, ao entender que a reclusão poderia piorar a saúde mental do homem. No entanto, o empresário ainda deveria pagar 479 mil dólares ao irmão, como forma de compensá-lo pelos danos ao estabelecimento.

Segundo as testemunhas ouvidas pela corte, Mason é “querido e respeitado” na comunidade da pequena cidade, onde gerenciava o supermercado há 28 anos. Agora, o empresário pretende voltar à cidade para “reagrupar e começar de novo”.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!