Os eleitores em Genebra, na Suíça, aprovaram em referendo uma proposta de introdução de um salário mínimo de quase 3,5 mil francos suíços (cerca de R$ 25 mil) por mês, considerado o mais alto do mundo, segundo o Independent. Todos os trabalhadores da cara cidade suíça e da região ao redor receberão agora pelo menos 23 francos (cerca de R$ 141) por hora – uma mudança surpresa que havia sido rejeitada duas vezes pelo eleitorado local.
O novo salário é mais do que o dobro do mínimo na Grã-Bretanha, atualmente 8,72 francos (cerca de R$ 53) por hora para pessoas com 25 anos ou mais. A França, que faz fronteira com Genebra, estabelece um salário-base por hora de cerca de 9,20 francos (cerca de R$ 56) por hora.
Apesar da resistência do governo regional de esquerda e dos principais partidos de oposição, 52,8% dos residentes de Genebra se manifestaram a favor da iniciativa apoiada pelo sindicato no domingo. Os ativistas argumentaram que o impacto econômico da pandemia do novo coronavírus, com os setores vitais de turismo e conferência da cidade, expôs uma lacuna crescente entre ricos e pobres em Genebra.
Vida ‘mais digna’
Eles argumentaram que um aumento salarial para trabalhadores de baixa renda lhes permitiria levar uma vida “mais digna” e agir como um “passo em direção à igualdade”, com as mulheres constituindo dois terços dos beneficiários. O aluguel de um apartamento de dois quartos é normalmente de pelo menos 2,5 mil francos (cerca de R$ 15,3 mil) por mês, enquanto o café médio custa mais de 3,50 francos (cerca de R$ 21,50).
A Suíça não tem um salário mínimo nacional, mas seus condados semi-autônomos, conhecidos como cantões, podem definir o seu próprio. Os cantões de língua francesa de Jura e Neuchâtel já tinham taxas ligeiramente mais baixas, embora ainda sejam mais altas do que na maioria dos países.
A votação ocorreu dentro do renomado sistema suíço de democracia direta parcial. Em nível nacional, o país deve conceder aos novos pais duas semanas de licença remunerada pela primeira vez.