Editora elimina referências racistas em livros de James Bond, mas mantém trechos problemáticos

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James Bond, interpretado por Roger Moore, e Mr. Big, por Yaphet Kotto (James Bond Brasil/Divulgação)

Em abril deste ano, todos os livros de James Bond serão relançados em comemoração aos 70 anos da primeira publicação das histórias do agente secreto, intitulada “Casino Royale”. Os materiais foram reeditados e referências racistas eliminadas das obras. No entanto, outros trechos considerados problemáticos foram mantidos.

A informação da reedição “em partes” foi divulgada nesta semana pelo jornal inglês Telegraph. De acordo com a Ian Fleming Publications Ltd, “uma série de atualizações foram feitas nesta edição, mantendo o mais próximo possível do texto original e do período em que acontece”.

A companhia tem o nome do autor dos livros e possui os direitos das obras. Ainda segundo o jornal inglês, essas mudanças ocorreram sobretudo em trechos que falam sobre pessoas negras.

Um exemplo de uma parte que foi alterada está no livro “Com 007 Viva e Deixe Morrer”. Na versão original, James Bond fala que os africanos que trabalham no mercado ilegal de ouro e diamantes são “homens que obedecem a lei, exceto quando bebem demais”. Já na versão reeditada, o trecho sobre a bebida foi excluído.

Há também outra passagem do texto, que acontece em uma boate no Harlem, bairro em Nova York com grande população negra. Segundo a versão inicial, os homens no local “soltavam grunhidos como se fossem porcos no cocho”. A reedição retirou essa parte e ressaltou a “tensão eletrizante” do ambiente.

Outras referências continuam

De acordo com informações do Telegraph, referências datadas a outras etnias permanecem nos textos. Por exemplo, foi mantido o tratamento depreciativo ao povo do leste asiático, bem como termos ofensivos sobre o espião coreano Oddjob.

Outros trechos que foram mantidos nas obras falam em “doce sabor do estupro”, “mulheres levianas” falhando ao fazerem um “trabalho de homem” e “deficiência teimosa” como uma característica da homossexualidade.

Edição: Roberth Costa
Beatriz Kalil Othero[email protected]

Jornalista formada pela UFMG, escreve para o BHAZ desde 2020, e atualmente, é redatora e fotógrafa do Portal. Participou de reportagens premiadas pela CDL/BH em 2021 e 2022, e pela Rede de Rádios Universitárias do Brasil em 2020.

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