Barata ciborgue. Não, você não leu errado: os insetos mais temidos da vida doméstica podem ser a salvação da humanidade em um futuro próximo. Pelo menos é o que prevê uma equipe de pesquisadores japoneses, que têm investido esforços para criar as chamadas baratas ciborgues.
A novidade é do instituto Riken e as baratas seriam controladas remotamente por um sistema sem fio para atuação em desastres naturais. Segundo os estudiosos, os insetos poderão ajudar a inspecionar áreas perigosas ou monitorar o meio ambiente futuramente. Para isso, eles equiparam algumas baratas com uma espécie de “mochila” impressa em 3D que contém uma película flexível de células solares e uma bateria.
A película, cuja espessura equivale a cerca de 1/25 de um fio de cabelo, permite que a barata ciborgue se mova, além de enviar sinais sensoriais capazes de guiar o inseto. O módulo de células solares foi inserido no abdome da barata.
“O módulo de célula solar orgânica ultrafina montada no corpo atinge uma potência de 17,2 mW, que é mais de 50 vezes maior do que a potência dos atuais dispositivos de coleta de energia de última geração em insetos vivos”, explica o pesquisador Kenjiro Fukuda, que liderou o experimento do Riken.
Segundo o especialista, o sistema poderá ser implementado em outros insetos futuramente. “Como a deformação abdominal não é exclusiva das baratas, nossa estratégia pode ser adaptada a outros insetos, como besouros, ou talvez até insetos voadores como cigarras”, explica.