A Johnson & Johnson foi condenada a pagar US$ 344 milhões, aproximadamente R$ 1,4 bilhão, pelo marketing enganoso em relação a implantes de malha pélvica transvaginal usada por milhares de mulheres no Estado da Califórnia, nos Estados Unidos. As informações são do The New York Times.
Julgado em San Diego, o processo era parte de uma série de ações relacionadas à empresa em todo o mundo. Os processos são por conta do produto que prometia apoiar os músculos desgastados que sustentam os órgão pélvicos.
O juiz Eddie Sturgeon relatou que a empresa conhecia os possíveis riscos e efeitos colaterais dos produtos antes de serem lançados. O magistrado ainda reforçou que a Johnson & Johnson não divulgou isso nas instruções do produto e marketing distribuídos aos médicos e pacientes.
Quando deu o veredito, o magistrado afirmou que “as complicações poderiam ser tão graves que seria necessário remover a malha, mas, diferentemente de outros implantes, a remoção é difícil e prejudicial e pode exigir várias cirurgias. A Johnson & Johnson também sabia que algumas das complicações mais graves da malha poderiam ser irreversíveis”.
De acordo com relatos de mulheres no processo, os equipamentos acabavam por ter efeitos colaterais como incontinência, infecção, sangramento e dor crônica.
A promotoria afirmou que, entre 2008 e 2014, a Johnson & Johnson vendeu mais de 470 mil malhas pélvicas nos Estados Unidos, sendo pelo menos 30 mil na Califórnia. No mundo, mais de 2 milhões de mulheres usam essa malha.
Acordos também foram fechados, além da Califórnica, com o Estado de Washington no valor de US$ 9,9 milhões, aproximadamente R$ 42,3 milhões. Além dele, uma coalizão de outros 42 Estados no valor de US$ 117 milhões, aproximadamente R$ 500 milhões. Ao The New York Times, a empresa disse que deve recorrer da decisão da Califórnia.
