Em mensagens, namorada de brasileiro disse que ‘mandou matar’ Cristina Kirchner

Brenda Uliarte
Brenda Uliarte foi presa poucos dias após o crime (Reprodução/Redes sociais)

Uma troca de mensagens obtida pela Justiça argentina sugere que a namorada do brasileiro Fernando Sabag Montiel, que tentou atirar em Cristina Kirchner, tenha sido a mandante do atentado contra a vice-presidente do país. As conversas foram divulgadas pelo jornal La Nación, nessa quarta-feira (14).

Fernando Sabag Montiel tentou matar Kirchner no dia 1° de setembro, mas a arma que foi apontada em direção à cabeça da vice não disparou. A namorada dele, Brenda Uliarte, foi presa poucos dias após o crime.

As mensagens publicadas pelo jornal começam no dia 4 de julho deste ano, quase dois meses antes da tentativa de assassinato. Naquele dia, Brenda Uliarte disse a uma amiga, Agustina Díaz, que estava organizando um ataque à Casa Rosada, sede da presidência do país.

“Estou armando um grupo para ir com tochas, bombas, arma, tudo. Vou ser a libertadora da Argentina. Estive praticando tudo, sei usar uma arma”, escreveu a mulher de 23 anos. “Te amo”, respondeu a amiga, que também está presa.

‘Mandei matar’

Já no dia 27 de agosto, enquanto um grupo de manifestantes estava reunido em frente à casa de Kirchner, Brenda Uliarte sinalizou que planejava um atentado contra a vice naquele dia. “Hoje vou mandar matar a Cristina”, escreveu.

Mais tarde, ela disse que o plano falhou: “Mandei matar a vice Cristina. Não deu certo porque ela entrou. […] Mandei um homem para que mate a Cristina”. A amiga perguntou se ela sabe “no que vai se meter”, e a jovem respondeu: “por isso mandei alguém”.

Já em outra conversa, o namorado, Sabag Montiel, diz que havia uma câmera no local e pouca gente, e que já estava tarde para tentar matar Kirchner. No dia 2 de setembro, um dia após o brasileiro tentar assassiná-la, a amiga de Brenda Uliarte perguntou a ela por que o tiro falhou.

A jovem não respondeu a pergunta, disse que estava na casa de uma amiga e apagou várias mensagens enviadas. “Você tem que se desfazer do celular. E mudar de número. Apagar sua conta, tudo”, diz a última mensagem enviada por Agustina Díaz à amiga.

Nessa quarta-feira, uma quarta pessoa suspeita de envolvimento no crime foi presa. A juíza María Eugenia Capuchetti decretou a prisão de Gabriel Nicolás Carrizo, que teria recebido Brenda em casa após o atentado.

Prisão

Antes de ser presa, Brenda Uliarte disse publicamente que não via o companheiro havia dois dias do atentado. No entanto, imagens de câmeras de segurança mostraram os dois juntos no dia da tentativa de homicídio.

Durante depoimento às autoridades policiais, Uliarte disse que estava “desconcertada” pelo que aconteceu, isto é, o atentado. O relato “buscou se distanciar das ações do agressor, mas a justiça federal apura sua possível participação nos fatos”, segundo o Clarín.

Em entrevista ao jornal Telefe, antes da investigação, Brenda havia elogiado Montiel. “É uma pessoa legal, que faz piadas, carinhosa, uma boa pessoa, eu não imaginava que ele seria capaz de algo assim”.

Já quando analisou o registro que captou o momento do crime, ela revelou que o namorado “reclamava da economia, da subida do dólar, mas como qualquer outra pessoa, não com agressividade”.

Ela afirmou ao Clarín que, embora vivesse junto com o suspeito, eles não eram mais namorados havia um mês.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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