Uso prolongado de ibuprofeno e codeína pode levar à morte, alerta agência internacional

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Reforma tributária prevê alíquota reduzida para 850 substâncias (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O uso de medicamentos com ibuprofeno e codeína, por períodos prolongados ou em dose maior que a recomendada, pode provocar problemas renais no paciente. Em casos extremos, pode levar à morte.

É o que alertou o Comitê de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Por meio de comunicado (leia completo – em inglês – por aqui), na última sexta-feira (30), a agência disse que uma combinação prolongada pode causar dependência. “O uso repetido de codeína com ibuprofeno pode levar à dependência (vício) e abuso devido à codeína”.

Dependência e morte

No documento, a EMA afirma que “o comitê revisou vários casos de toxicidades renais, gastrointestinais e metabólicas” decorrentes da combinação prolongada dos medicamentos. Alguns desses foram casos fatais.

O ibuprofeno é um anti-inflamatório e a codeína é um opioide, ou seja, remédios com efeitos analgésicos e sedativos. De modo geral, esses medicamentos juntos aliviam da dor e, dependendo da legislação local, podem ser comprados sem prescrição médica.

Efeitos colaterais

“Quando tomado em doses superiores às recomendadas ou durante um período prolongado, a codeína com ibuprofeno pode causar danos nos rins”, continua a EMA. O relatório indica que isso impedindo que o órgão remova os ácidos do sangue para a urina.

“O mau funcionamento do rim também pode causar níveis muito baixos de potássio no sangue (hipocalemia), que pode causar sintomas como fraqueza muscular e tontura”.

Com isso, essas duas complicações, além de casos raros de mortes, devem ser incluídos nos efeitos colaterais da combinação.

Conscientização

Com a descoberto, a agência europeia que realizar agora uma série de medidas para conscientização sobre os riscos do uso prolongados de tais medicamentos.

“Os pacientes devem ser aconselhados a consultar seu médico se quiserem usar codeína com ibuprofeno por mais tempo do que o recomendado e/ou em doses superiores às recomendadas”.

Venda sem prescrição

O comitê finaliza lembrando que alguns desses medicamentos não precisam de receita médica para compra. A EMA orienta que, por conta disso, a obrigatoriedade da prescrição “seria a medida de minimização de risco mais eficaz para mitigar os danos associados ao abuso e dependência destes produtos”.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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