O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o humorista Léo Lins apague um especial de comédia do YouTube por causa de piadas contra minorias. A decisão foi proferida na tarde dessa terça-feira (16), e o comediante se manifestou nas redes sociais.
O show removido era intitulado “Perturbador”, com pouco mais de 1 hora de duração e 3 milhões de visualizações. De acordo com a juíza Gina Fonseca Correa, a produção estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”. O vídeo tinha piadas sobre escravidão, perseguição religiosa e contra outras minorias. A decisão atendeu a um pedido de Ministério Público de São Paulo.
Piadas preconceituosas proibidas
A juíza também determinou que o humorista não transmita, publique ou mantenha em certos dispositivos arquivos de “conteúdo depreciativo ou humilhante em razão de raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável”.
Léo Lins também precisou retirar do canal quaisquer vídeos que façam menção às minorias e está proibido de mencioná-los em piadas futuras. Ele também não pode deixar São Paulo sem autorização judicial por mais de dez dias.
Vai recorrer
Ao jornal Gazeta do Povo, a defesa do humorista afirma que vai recorrer da decisão. “Entendemos que isso configuraria censura prévia, o que é proibido pela Constituição”.
Pelas redes sociais, o humorista postou uma imagem dizendo que nessa terça-feira (16), às 15h, “um show de humor é removido da internet a mando o Ministério Público”. Nas respostas da postagem, algumas pessoas afirmavam que Léo Lins estava sofrendo “censura”.