Menino de 4 anos é morto por bala perdida em guerra do tráfico no RJ

O menino Ryan Gabriel, de 4 anos, foi baleado durante uma guerra entre traficantes rivais em Madureira, na Zona Norte do Rio no domingo (27). Ele foi atingido por uma bala perdida no peito enquanto brincava na porta da casa dos avós, no Morro do Cajueiro. O tiro atravessou seu tórax e o garoto não resistiu, falecendo na manhã desta segunda-feira (28).

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Além de Ryan, uma adolescente de 17 anos também ficou ferida. Ela foi atingida nas pernas e encontra-se hospitalizada.

O tiroteio aconteceu por volta das 16h. Traficantes do Morro da Serrinha tentaram invadir o Morro do Cajueiro, controlado por uma facção rival. Ryan estava na rua com a família quando houve o confronto entre os bandidos. Ele foi socorrido pelo avô, Milton Amparo.

‘Estava ao meu lado’, conta o avô

Ryan era filho único. Avô dele, Milton do Amparo, de 48 anos, lembrou o momento em que o menino foi baleado:

– Estava ao meu lado na calçada. Estava a família toda, minha esposa, a mãe dele. Estava cheio de criança. Era domingo de Páscoa. Ninguém vai imaginar que vai acontecer um negócio desses. A gente vê passar na televisão, mas nunca imagina que vai acontecer com um nosso.

Ele disse que ouviu o tiro e logo depois segurou Ryan.

– Ouvi o tiro, puxei ele e ele caiu no chão. Quando o levantei, vi que ele estava alvejado no peito. O médico falou que a bala entrou nas costas e saiu no peito dele. Ele estava muito mal. Não conseguia falar. Ele só me olhava – contou.

O menino morava com a mãe no Morro da Mangueira, também na Zona Norte, e costumava passar os finais de semana na casa dos avós.

– Ele era muito agarrado comigo. Morava aqui na Mangueira, estudava de segunda a sexta. Toda sexta-feira me ligava e dizia: “Vô, vem me buscar. Quero ficar com o senhor”. Era uma criança calma. Só dormia comigo, entre eu e minha esposa. Quem vai dormir comigo agora? Meu “tchutchuquinho” – disse Milton.

Segundo ele, o sentimento que fica é o de revolta:

– Fazer o que? Tem que entregar na mão de Deus e pedir a Ele que não aconteça com outras crianças, com mais ninguém. O ser humano tem que amar o outro. Não é assim não.

A mãe dele está acabada, desmaiou várias vezes. “Meu filho morreu, meu filho morreu” repetia a mãe sem parar, quando soube do óbito do filho.

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Fonte: Jornal Extra

Jéssica Munhoz

Jessica Munhoz é redatora do Portal Bhaz e responsável pela seção Cultura de Rua.

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