Um arquiteto de Montes Claros, no Norte de Minas, é o mais novo integrante de duas das mais importantes sociedades internacionais de pessoas com alto QI (Quociente de Inteligência). Nelson Rocha, de 36 anos, agora faz parte da Mensa International e da Intertel, comunidades que unem pessoas com inteligência acima de até 99,8% da população mundial.
Ao BHAZ, o mineiro disse que descobriu a condição por acaso. Tudo começou quando as pessoas ao seu redor passaram a “pegar no pé” dele por nem sempre prestar atenção ao que elas estavam dizendo, como se ele tivesse algum problema de audição.
“Comecei a fazer uns testes tanto pra analisar o tímpano, quanto a captação auditiva, além de um teste de processamento da informação. Mas deu tudo ok, nada de errado. Meu perfil enquanto profissional também era um pouco diferente. Eu costumo ser mais criativo que o normal como arquiteto, tenho ideias mais futuristas e eu não entendia o porquê”, conta ele.
Vida nova
Após conhecer a neuropsicóloga Nathalie Gudayol, de São Paulo, tudo passou a fazer mais sentido para o arquiteto. Depois de alguns testes, ela descobriu que Nelson tem um QI de 143. Para se ter uma ideia, o QI considerado “médio” ou “normal” varia entre 90 e 110 pontos.
“Agora eu sinto uma sensação de alívio. Antes eu não me entendia, eu tinha um perfil diferente e não sabia o porquê. Eu confesso que me achava burro, porque eu tinha umas ideias muito malucas e que às vezes as pessoas debochavam, por não entenderem. Quando encontrei uma sociedade como essas, pra mim é como se eu tivesse encontrado uma vida nova”, comemorou ele.
Nelson confessa que ser “diferente” das pessoas ao seu redor lhe trazia vários transtornos, já que, muitas vezes, ele tinha dificuldade de exprimir suas ideias de forma mais simples. Desde a infância, ele sempre teve dificuldade de se adaptar a rotinas monótonas ou se empenhar em atividades junto dos outros colegas.
“Eu passei em primeiro lugar em um concurso pra ser professor de arquitetura em um Instituto Federal, mas eu não conseguia lidar com a rotina, até que pedi exoneração, sem saber que era por isso. Tem uma foto clássica da época de escola, em que todos os meninos estão fazendo aquela pose de jogador de futebol e eu tô na ponta olhando pro nada. Era como se eu não tivesse ali”, lembra ele.
Novos projetos
Ao integrar as sociedades que trabalham questões sobre QI, Nelson já se mostra animado com projetos que vem tentando tirar do papel. É que, para isso, faltava apenas alguém que compreendesse o raciocínio sempre “a frente do seu tempo”.
“Tenho um projeto para substituir as moradias brasileiras de uma forma mais arrojada e moderna e com menos custos. É um raciocínio futurista para o mercado imobiliário, bem conservador. Hoje consigo entender e ter com quem debater essas ideias”, comemora.