Após morte de cães, Ministério manda fiscalizar comércios que vendem petiscos da Bassar

Cachorros Petiscos
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) determina o recolhimento de todos os lotes de petiscos da empresa Bassar (Arquivo pessoal)

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou, nessa segunda-feira (5), a fiscalização dos distribuidores e o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da Bassar Indústria e Comércio Ltda, em razão da suspeita de morte de cães por produtos contaminados

As equipes de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa continuam investigando os casos. Os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária do Ministério já estão analisando os produtos coletados.

Aos usuários, o Mapa orienta que formalizem as denúncias junto à Ouvidoria do Ministério munidos de informações sobre lote e data de fabricação dos produtos suspeitos. Já para fins de ressarcimento, consumidores devem entrar em contato com o fabricante ou com o estabelecimento.

Na última sexta-feira (2), a equipe de fiscalização do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa interditou a fábrica envolvida, localizada em Guarulhos (SP), até que sejam apresentadas todas as informações requeridas pela fiscalização. 

Relembre o caso

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou na última quinta-feira (1º), em coletiva de imprensa, a suspeita de intoxicação por etilenoglicol nos petiscos da Bassar.

O caso é investigado desde que tutoras desconfiaram da morte de dois cachorros saudáveis e os levaram para análise na UFMG, cujo laudo preliminar apontou intoxicação pela substância.

Além da capital mineira, casos de intoxicação também foram registrados em Piumhi, no Centro-Oeste do estado, e em São Paulo.

No caso de São Paulo, uma moradora procurou a Polícia Civil de Minas para relatar que o cão dela também morreu e suspeita que em decorrência do consumo de produtos da mesma marca.

Em conversa com o BHAZ, a advogada Silvia Valamiel explica que representa as duas tutoras que iniciaram uma mobilização para descobrir o que ocorreu com os cães delas.

“Sou representante de duas tutoras, cinco animais ao todo, elas foram as primeiras a se mobilizar em busca de respostas”, diz.

“Quando ocorre só um caso é mais difícil identificar, então temos recebido contato de outros tutores que relatam situações semelhantes. Tivemos um retorno da Polícia Civil de que o Mapa esteve na fabricante e reteve algumas amostras para análise de petiscos do mesmo lote”, relata a defensora.

Ainda segundo Silvia, as tutoras estão “muito abaladas, angustiadas e tristes”. “Quem tem pet sabe a importância deles na vida dos tutores, o que representa o relacionamento, elas ficaram dias sem trabalhar mobilizadas em busca de respostas”, explica.

Para Silvia o sentimento das tutoras ao buscar entender o que ocorreu com os pets procura “evitar que o mesmo aconteça com outras pessoas”.

A empresa responsável pela produção dos petiscos é a Bassar, de São Paulo, e os produtos investigados são o Dental Care e o Every Day.

Por meio de nota ao BHAZ, a Bassar informa que retirou o lote 3554 do produto Everyday do mercado por precaução, mas que confia nos processos de fabricação e jamais usou a substância etilenoglicol (veja a nota na íntegra abaixo).

Já a Petz, rede em que tutores afirmam ter comprado os petiscos, informa que os retirou voluntariamente das prateleiras.

O caso dos cães é investigado pela Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor e as autoridades pedem que as pessoas procurem a Polícia Civil diante da existência de situações parecidas.

Agora, a corporação aguarda o resultado de laudos para identificar qual substância pode ter provocado as mortes dos animais.

Nota da Bassar na íntegra

A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.

De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.l

Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação

Mateus Felipe[email protected]

Graduando em Jornalismo pelo Centro Universitário Internacional UNINTER.

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