Barragem de rejeito nuclear em Caldas terá fiscalização mais rígida

Empresa encerrou suas atividades em Minas em 1995 (Camila Forlin/INB)

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) decidiu instituir um plano de ação para o controle regulatório da barragem de rejeitos da Unidade de Tratamento de Minérios (UTM) das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), localizada no município de Caldas, em Minas Gerais. Uma portaria que trata do assunto está publicada nesta quinta-feira (23), no Diário Oficial da União.

A barragem de rejeitos contém resíduos da exploração de urânio, que teve início em 1982 em Caldas, no Sul de Minas. A mina abasteceu durante 13 anos a usina nuclear Angra 1, em Angra dos Reis (RJ), e, em 1995, a unidade encerrou sua produção.

A portaria prevê que a Cnen deverá, no prazo de 360 dias, atualizar a regulamentação relativa à Segurança de Sistemas de Barragens de Rejeitos contendo Radionuclídeos, a fim de adequá-la à Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) prevista na Lei n.º 12.334, de 20 de setembro de 2010.

A Cnen deverá, também, adotar, em até 180 dias, providências necessárias para intensificar as atividades de fiscalização das barragens, que podem ser feitas mediante a solicitação de cessão servidores de outros órgãos, por celebração de convênios ou acordos de cooperação, ou mesmo a contratação emergencial de agentes privados especializados.

O documento diz ainda que a Cnen deverá acompanhar todas as medidas a serem implementadas pela INB relacionadas à reestruturação do sistema de monitoramento da barragem de rejeitos, “concomitantemente aos prazos conferidos à INB, analisando os projetos de forma tempestiva (antes da respectiva execução), bem como acompanhando a execução da obra”.

De acordo com a portaria, o plano de ação foi elaborado com base nas ações recomendadas pelo Ministério Público Federal, por intermédio da Procuradoria Federal no município de Pouso Alegre (MG).

Reunião

Na semana passada, representantes da 1ª Companhia Independente de Bombeiros Militar e da Defesa Civil de Poços de Caldas participaram de uma reunião na UTM, em Caldas, com objetivo de planejar as ações para realização dos simulados de situações de emergência no entorno da barragem de rejeitos da unidade, segundo informações da INB.

De acordo com a empresa, ficou decidido que nesta semana será realizada uma inspeção conjunta do Corpo de Bombeiros e da INB na chamada “zona de autossalvamento para que seja definida a localização dos pontos de encontro em casos de emergência. Após essa definição, será realizado o treinamento da população e, na sequência, será marcado o dia para realização do simulado”.

Exploração de urânio

Atualmente, a INB explora urânio em Caetité (BA). Esta é a única mina em atividade no país. A unidade situa-se na Província Uranífera de Lagoa Real, onde se encontra uma reserva de 110 mil toneladas distribuídas em 38 depósitos de urânio, com alto grau de pureza.

O minério é extraído da rocha e levado para ser britado, transformando-se em pedrinhas. Elas são depositadas em pilhas e recebem, através de mangueiras, uma solução de ácido sulfúrico que separa o urânio da rocha. Esse processo é conhecido como lixiviação e dele resulta um líquido amarelo, o licor de urânio – uma mistura de ácido sulfúrico com urânio.

Este licor de urânio é purificado e tratado com diversos processos químicos e físicos de separação, o que gera uma pasta amarela (concentrado de urânio), também conhecida como yellowcake. Este material é depositado em tambores especiais, inteiramente vedados, e segue para outra etapa do ciclo do combustível nuclear: a conversão.

Com informações da Agência Brasil e INB

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