Covid-19: Minas abre mais vagas emergenciais para ampliar leitos

Leito hospitalar
Governo afirma que tem estrutura física para ampliar leitos, mas faltam profissionais (Gil Leonardi/Imprensa MG)

Mais uma vez, a Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) abriu vagas emergenciais para a contratação de profissionais da saúde, com o objetivo de ampliar a quantidade de leitos para o tratamento da Covid-19 no estado. Desta vez, os editais são para trabalhos no Hospital João XXIII e na Maternidade Odete Valadares, ambos em Belo Horizonte. Nessa quarta-feira (17), o Governo de Minas já havia afirmado que enfrenta dificuldades para encontrar profissionais para ampliar os leitos (leia mais abaixo).

A Maternidade Odete Valadares seleciona dois médicos para atuar na UTI Adulta e um médico para a unidade de neonatologia. A carga horária é de 24 horas semanais e a remuneração é de R$ 5.801,50, além de gratificações. Clique aqui para ler o edital. 

Já no hospital João XXIII, as vagas são para técnicos de enfermagem que atuarão nos leitos de terapia intensiva ou Internação destinados aos pacientes com sintomas de covid-19. São três vagas, com carga horária de 40 horas semanais. As inscrições começam nesta sexta-feira (19). Saiba mais sobre a seleção neste link.

Dificuldades

O governo de Minas Gerais afirma que tem estrutura física para ampliar ainda mais o número de leitos de UTI e enfermaria para Covid-19 no estado, mas não está conseguindo contratar profissionais suficientes para que a ampliação seja viável. Desde o início da pandemia, a Fhemig abriu 74 chamamentos para preencher vagas de médicos nos hospitais da fundação, mas 14 deles “deram deserto”, ou seja, não foram encontrados profissionais disponíveis no mercado para realizar o trabalho.

De acordo com o governador Romeu Zema (Novo), a dificuldade é, principalmente, para encontrar profissionais aptos a atender os casos graves e coordenar as equipes nas UTIs. “Para trabalhar em UTI é necessária qualificação adequada do profissional. Estudantes de Medicina podem colaborar, mas estar dentro de uma UTI é um trabalho hiper especializado e uma intubação mal feita pode condenar à morte um paciente”, disse.

O novo secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, detalhou o processo de abertura de um leito de UTI: “É o mais complexo dentro de um hospital. Precisa de RH especializado, equipamento médico, insumos que foram disponibilizados durante todo o ano de 2020 e ainda estão sendo disponibilizados. Foram distribuídos respiradores para todo o estado, monitores, mas chegamos ao esgotamento dos recursos humanos. Nunca foi evidenciada uma doença que afetou tanta gente ao mesmo tempo. Não existe sistema de Saúde no mundo que consiga acompanhar isso. Toda a expansão que o Estado fez foi aliviando a pressão até agora, mas chegamos ao nosso limite. Temos espaço físico, mas não temos o profissional. O papel da sociedade é fundamental para que a gente alivie esses números”.

O secretário afirmou, ainda, que os hospitais da Fhemig estão adaptando blocos cirúrgicos e espaços de pronto-atendimento, para virarem leitos de UTI. “Continuamos a trabalhar por mais expansão de leitos, apesar das dificuldades de recursos humanos”, garantiu. Nos últimos doze meses, os leitos de UTI em Minas passaram de 2 mil para 4 mil. Leitos de enfermaria, que antes eram de 10 mil, saltaram para 20 mil unidades.

Com Agência Minas

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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