Foragido por matar namorada em Minas é solto na Costa Rica e volta a ser preso na Colômbia

Alef Teixeira de Souza e Rafaella Cristina
Autoridades da Costa Rica não reconheceram a validade do mandado de prisão (Reprodução/Redes sociais)

Alef Teixeira de Souza, preso no domingo (13) na Costa Rica acusado de matar a namorada em Ipatinga, no Vale do Aço, foi solto pelas autoridades do país nessa segunda-feira (14). Já nesta madrugada (15), ele foi preso novamente em Bogotá, na Colômbia.

De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais e as Polícias Federal e Civil, a Costa Rica não adere ao instrumento da “difusão vermelha” da Interpol, que permitiria o cumprimento do mandado de prisão, e por isso o suspeito foi solto.

A Interpol, com apoio da Polícia Federal, continuou a monitorar o foragido, culminando na nova prisão nesta madrugada. De acordo com as corporações, ele foi detido após um voo proveniente da Costa Rica, com escala em Bogotá.

“As autoridades brasileiras já iniciaram os procedimentos perante o Poder Judiciário, Ministério da Justiça e Procuradoria da Colômbia para que Alef seja submetido à extradição dentro do prazo legal e para que, durante esse trâmite, a sua prisão seja mantida naquele país até que ele seja enviado de volta ao Brasil para ficar à disposição da Justiça brasileira.”, informa nota conjunta.

Segundo as corporações, a expectativa é que o extraditando seja repatriado para o Brasil, a fim de responder pelos crimes cometidos em solo brasileiro. “Esse resultado representa um grande êxito para as Instituições Policiais, o Ministério Público e a aplicação da lei no Brasil”, finaliza o comunicado.

Relembre

Alef Teixeira de Souza, de 29 anos, foi preso no domingo suspeito de matar Rafaella Cristina Miranda Sales em Ipatinga, em abril deste ano. Ele foi localizado pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) na Costa Rica.

Além de Minas Gerais, Alef também era foragido do estado de São Paulo por uma tentativa de feminicídio em 2021. Para o delegado Marcelo Marino, se não fosse preso, o suspeito voltaria a cometer crimes semelhantes.

“A prisão é importante para que evitemos o que o que ia acontecer, a próxima vítima. Ele tinha características de que ia repetir esse tipo de conduta, era o modus operandi dele. Ele se aproximava das vítimas através dos aplicativos de relacionamento, conseguia morar junto, e aí começava todo um processo de dominação física e psicológica”, disse em entrevista coletiva ontem.

Uma testemunha ainda informou à polícia que Alef, que viajava com frequência aos Estados Unidos, também já teria cometido crime de violência contra a mulher no país antes de 2021.

Alef Teixeira de Souza fugiu da cidade ainda no dia do crime. Primeiramente, a Polícia Civil identificou que ele foi ao Uruguai, e depois conseguiu viajar para a Costa Rica. “O objetivo não era se esconder lá, mas chegar aos Estados Unidos, que era o objetivo dele”, acrescentou o delegado.

‘Crime bárbaro’

Marino, titular da Delegacia de Crimes contra a Vida de Ipatinga, caracteriza o crime como “bárbaro”. Segundo ele, Rafaella Cristina Miranda foi submetida a “sessões de tortura” no dia da morte.

O delegado contou que os dois se conheceram em um aplicativo de relacionamentos, assim como a vítima de feminicídio tentado em São Paulo. Ao longo do relacionamento, o suspeito viciou a vítima em drogas injetáveis e praticava violência doméstica.

As agressões foram piorando, até que as filhas de Rafaella precisaram sair de casa para morar com outros parentes. No dia 28 de abril, Alef teria praticado duas “sessões” de agressão contra a mulher de 34 anos.

Ainda conforme a Polícia Civil, Rafaella foi agredida de manhã até desfalecer. Pensando que ela estava morta, o suspeito ligou para a família da vítima e disse que ela faleceu devido a um acidente. No entanto, à tarde, os parentes conseguiram contato com ela por telefone.

Horas depois, Rafaella foi submetida a mais agressões durante horas, e não resistiu. Alef Teixeira de Souza ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), disse que ela sofreu uma overdose de cocaína injetável e fugiu.

O promotor de Justiça Jonas Monteiro informou que, além do feminicídio, o suspeito também foi denunciado pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) por tráfico de drogas. Se for condenado pelos dois crimes, ele pode passar até 45 anos preso.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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