O governador Romeu Zema (Novo) declarou, nesta quinta-feira (27), que o MME (Ministério de Minas e Energia) negou a suspensão da bandeira de escassez hídrica nas contas de luz do estado. Segundo o gestor, ele enviou um pedido sobre o tema há duas semanas, mas a solicitação foi negada.
O pedido, segundo o governador, foi uma tentativa de amenizar os impactos da pandemia de Covid-19 e das chuvas que assolaram o estado para os cidadãos mineiros. Em publicação no Twitter, Zema revelou a negativa do MME e disparou: “O meu pedido de alívio aos mineiros foi motivado não somente pelos efeitos da pandemia, mas também elos graves impactos recentes das chuvas em nosso Estado”.
O Governo Federal,através do Ministério de Minas e Energia,negou a suspensão da bandeira escassez hídrica na conta de luz. O meu pedido de alívio aos mineiros foi motivado não somente pelos efeitos da pandemia, mas também pelos graves impactos recentes das chuvas em nosso Estado.
— Romeu Zema (@RomeuZema) January 27, 2022
Nos comentários, vários internautas dispararam críticas ao governo federal pelo que consideram ser uma taxa “sem sentido”. Um usuário comentou: “Ei, Bolsonaro, por que estão querendo lucrar com nós que estamos com barragens cheias aqui em Minas?”. Outra pessoa escreveu: “Estado quebrado não consegue aliviar no ICMS (que nem chega a ser o problema). Enquanto o Governo Federal fizer graça com o câmbio e com as reformas econômicas, vamos sofrer”.
Bandeira de escassez hídrica
Em agosto do ano passado, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a criação de uma nova bandeira para manejar o aumento dos custos em face do agravamento da crise hídrica no país. Com a medida tarifária, o governo evitou reajustar em cerca de 50% a bandeira vermelha nível 2, que passaria de R$ 9,49 para cerca de R$ 14, por 100 quilowatt-hora consumido.
À época, a determinação sobre a bandeira de escassez hídrica teve previsão de durar até abril deste ano. A CREG (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética) também usou a bandeira a fim de custear os valores “excepcionais” do acionamento de usinas térmicas.
Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar essa outra forma de geração de energia – cuja fonte é mais cara.
O BHAZ tentou contatar o Ministério de Minas e Energia via email e telefone, mas ainda não obteve retorno. Caso a pasta se manifeste, esta matéria será atualizada.