Governo federal negou suspensão da bandeira de escassez hídrica na conta de luz, diz Zema

bandeira de escassez hídrica
Governador fez pedido em ‘solidariedade’ aos mineiros, que enfrentam a pandemia e a consequência das chuvas (Novo/Divulgação)

O governador Romeu Zema (Novo) declarou, nesta quinta-feira (27), que o MME (Ministério de Minas e Energia) negou a suspensão da bandeira de escassez hídrica nas contas de luz do estado. Segundo o gestor, ele enviou um pedido sobre o tema há duas semanas, mas a solicitação foi negada.

O pedido, segundo o governador, foi uma tentativa de amenizar os impactos da pandemia de Covid-19 e das chuvas que assolaram o estado para os cidadãos mineiros. Em publicação no Twitter, Zema revelou a negativa do MME e disparou: “O meu pedido de alívio aos mineiros foi motivado não somente pelos efeitos da pandemia, mas também elos graves impactos recentes das chuvas em nosso Estado”.

Nos comentários, vários internautas dispararam críticas ao governo federal pelo que consideram ser uma taxa “sem sentido”. Um usuário comentou: “Ei, Bolsonaro, por que estão querendo lucrar com nós que estamos com barragens cheias aqui em Minas?”. Outra pessoa escreveu: “Estado quebrado não consegue aliviar no ICMS (que nem chega a ser o problema). Enquanto o Governo Federal fizer graça com o câmbio e com as reformas econômicas, vamos sofrer”.

Bandeira de escassez hídrica

Em agosto do ano passado, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a criação de uma nova bandeira para manejar o aumento dos custos em face do agravamento da crise hídrica no país. Com a medida tarifária, o governo evitou reajustar em cerca de 50% a bandeira vermelha nível 2, que passaria de R$ 9,49 para cerca de R$ 14, por 100 quilowatt-hora consumido.

À época, a determinação sobre a bandeira de escassez hídrica teve previsão de durar até abril deste ano. A CREG (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética) também usou a bandeira a fim de custear os valores “excepcionais” do acionamento de usinas térmicas.

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar essa outra forma de geração de energia – cuja fonte é mais cara.

O BHAZ tentou contatar o Ministério de Minas e Energia via email e telefone, mas ainda não obteve retorno. Caso a pasta se manifeste, esta matéria será atualizada.

Edição: Giovanna Fávero
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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