Por Fábio Zanini
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), critica a atitude de colegas que estejam engajados em uma “corrida maluca” pela vacina, dizendo que isso pode gerar efeitos colaterais preocupantes.
“Em se tratando de uma imunização como essa, é necessário haver uma ação única, principalmente para evitar tumultos. Se algum município ou estado fizer antes ou depois, nós vamos estar ou privilegiando, ou prejudicando as pessoas. E a Constituição assegura direito à saúde para todos”, afirma.
O principal recado é para o governador João Doria (PSDB), que chegou a anunciar data de início da vacinação para 25 de janeiro, anterior ao calendário inicialmente proposto pelo governo federal, março. Zema, no entanto, evitou citar o tucano nominalmente.
“O efeito colateral de alguém que saia na frente pode ser maior que o benefício. Tem governadores que gostariam de interferir, isso vai gerar uma corrida maluca. Temos que prever as consequências”, afirmou.
O governador diz que não tem preferência por alguma vacina a priori. “Eu quero a vacina que sair primeiro e tiver comprovação de que é eficaz”, afirma. Por enquanto, ele não procurou o Instituto Butantan para a adquirir a Coronavac, como feito já por nove unidades da Federação.
Zema afirma que já deixou montada a estrutura básica para a vacinação em todo o estado. “Temos tudo planejado, estruturado. Se a vacina chegar na semana que vem, teria condições de ser distribuída para todos os municípios e aplicada”, afirma.
Segundo ele, já foram adquiridos 700 refrigeradores pelo estado e 50 milhões de seringas. As doses serão escoltadas pela PM e Corpo de Bombeiros para todas as regiões de Minas Gerais.