Mais uma vítima da tragédia de Brumadinho é identificada; seis seguem desaparecidas

brumadinho
Mulher de 49 anos é a 264ª vítima localizada em meio aos rejeitos (Amanda Dias/BHAZ)

Mais uma vítima do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, foi identificada, conforme divulgou a Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (29). Trata-se de uma mulher de 49 anos que trabalhava como analista de operação da Vale. A mulher é a 264ª vítima identificada. Com isso, o número de desaparecidos, chamados respeitosamente pelos bombeiros de “joias”, caiu para seis.

Segundo a instituição, o segmento corpóreo ósseo foi localizado pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) em Belo Horizonte no dia 1º de setembro deste ano. Em função do avançado estágio de decomposição, os exames agora são mais delicados e, por isso, a identificação leva mais tempo.

“Desde a chegada deste segmento no laboratório, a gente começou as análises. São análises complexas, porque a gente está trabalhando com remanescentes que são ossos ou dentes. Nesse caso, tratava-se de remanescente ósseo”, explicou o perito Higgor Dornelas, chefe do Laboratório de DNA do Instituto de Criminalística.

“É um material de difícil obtenção de material genético, mas ele também permite maior conservação, então são remanescentes ideais para a gente conseguir a identificação depois de tanto tempo”, completa o perito.

Mais 30 segmentos em análise

Ainda segundo Higgor, o segmento passou por diversos testes até a confirmação e a família da vítima já foi notificada. Somente no Laboratório de DNA, há ainda outros 30 segmentos em processo de identificação. Além desses, há ainda aqueles que são encaminhados ao IML e podem nem mesmo ser encaminhados para o laboratório, a depender da conclusão das análises iniciais.

O perito ressalta que outras identificações não estão descartadas, já que o processo, apesar de se tornar mais delicado com o passar do tempo, ainda é seguro. “A gente não pode de maneira alguma bater o martelo com relação ao prazo máximo que as amostras encontradas podem permitir a obtenção de material genético que possa garantir a identificação daquela vítima”, afirma.

“São amostras diferentes e cada uma passa por uma história diferente. Então somente a partir da análise da amostra é que a gente vai poder afirmar. Não é possível afirmar com quanto tempo a gente vai conseguir ou não fazer uma uma análise, mas com relação a três anos [desde o rompimento], isso não é um longo tempo com relação às análises de DNA”, finaliza Higgor.

‘Mais uma joia’

O segmento foi encontrado por equipes do Corpo de Bombeiros e identificado pouco antes da marca de três anos da tragédia. “Graças ao trabalho integrado entre Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil, mais uma joia foi identificada nesta tarde”, disse a corporação. Logo no início das buscas, a palavra “joias” passou a ser usada pela corporação para se referir às vítimas.

“Prestes a completar três anos, a maior operação de busca e salvamento da história permanece como símbolo da resignação e do compromisso do Corpo de Bombeiros com as famílias e com a população mineira”, finalizou o comunicado.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!