A lembrança da tragédia da Vale, em Brumadinho, na Grande BH, agora também vai ficar eternizada na sede da Academia do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Na manhã desta sexta-feira (31), a corporação inaugurou, no local, um memorial para honrar as vítimas e destacar a importância do trabalho dos militares na operação.
O monumento é formado por peças retiradas pela corporação da área atingida pelo rejeito de minério durante os trabalhos. Dentre elas, há pedaços de ferro e aço de estruturas retorcidas, pneus de veículos engolidos pela onda de lama e a réplica de uma bandeira do Brasil localizada durante as buscas.
Um grande destaque do projeto é a estátua de um bombeiro militar em tamanho real. A figura aparece curvada, em frente a uma placa com os nomes de todas as vítimas da tragédia, em reverência à memória das pessoas que morreram.
“Este memorial inaugurado pelo Corpo de Bombeiros Militares de Minas Gerais é titulado ‘Nunca Esqueceremos’, justamente pela representatividade que ele tem para a nossa corporação. Sentimos a necessidade de respeitar e relembrar a operação Brumadinho, que nos marcou e nos marca até hoje pela presença da corporação lá buscando pelas joias ainda não encontradas”, disse ao BHAZ o tenente Henrique Barcelos, porta-voz da corporação.
Equipes dos Bombeiros trabalham na área atingida pelo rejeito desde o dia 25 de janeiro de 2019, quando a barragem da Vale estourou na Mina de Córrego do Feijão. Seis anos depois, o objetivo deles é fazer a identificação de três vítimas. A tragédia matou 272 pessoas, sendo que duas eram bebês ainda em gestação. Nestes mais de 2.000 dias de trabalho, quase 100% da tropa já passou pela operação.
“A importância do Monumento estar localizado na Academia de Bombeiros Militar é porque todos os Bombeiros de Minas Gerais passam por aqui. Aqui é o local de formação e é o local adequado para a gente relembrar esse fato e ensinar a importância que ele tem à geração que chega depois. E não só isso, a cada dia 25 de janeiro, exatamente no horário do rompimento, às 12h28, essa tropa acadêmica vai formar em frente ao Memorial. Será realizado o toque de um sino presente nele e também o toque de silêncio com continência e reverência à tropa em memória dessa operação da qual nunca esqueceremos”, completa Barcelos.