O Governo de Minas anunciou que vai dobrar o número de doenças diagnosticadas no chamado teste do pezinho. A partir do dia 25 de janeiro de 2022, a triagem neonatal vai detectar mais seis doenças, além das seis já rastreadas pelo exame. A novidade foi anunciada nessa terça-feira (28) pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais).
Com a mudança, Minas Gerais passa a ser o segundo estado do país a ampliar a lista de doenças detectadas no teste do pezinho. Até então, apenas São Paulo e o Distrito Federal haviam realizado a ampliação da testagem.
A partir do próximo ano, a análise laboratorial fará a triagem para a toxoplasmose congênita e cinco distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos. São eles:
- Deficiência de acil-CoA de cadeia média
- Deficiência de acil-CoA de cadeia muito longa
- Deficiência de 3-OH-acilCoA de cadeia longa
- Deficiência da proteína trifuncional
- Deficiência primária de carnitina
“É um grande legado que deixaremos para o SUS (Sistema Único de Saúde) no estado e certamente um exemplo para o Brasil, tanto ao Ministério da Saúde quanto aos demais estados, que se espelharão em Minas”, defendeu o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
Investimento no teste do pezinho
Para a atualização, o Governo de Minas vai investir cerca de R$ 13 milhões em 2022, em um trabalho conjunto com o Nupad (Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico) da Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A ampliação ocorrerá de forma gradativa, em cinco fases. Ao final do processo, o número de doenças detectáveis passará das seis atuais para 33. Atualmente, o exame feito pelo SUS identifica se o recém-nascido é portador das seguintes doenças, conforme previsto pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal:
- Hipotireoidismo congênito
- Fenilcetonúria
- Doença falciforme
- Fibrose cística
- Deficiência de biotinidase
- Hiperplasia adrenal congênita
O PTN-MG está implantado nos 853 municípios do estado e oferece a triagem neonatal pelo SUS a toda a população. São 3.744 postos de coleta, sendo 3.658 Unidades Básicas de Saúde e 86 maternidades cadastradas.
Reforço no acompanhamento
O secretário de Saúde também ressaltou a necessidade de os serviços públicos de saúde realizarem o acompanhamento dos casos diagnosticados na Rede de Atenção. A ampliação demandará esforço de investimento, por parte das políticas públicas, para desenvolvimento de uma rede capacitada para atendimento às doenças raras.
“Já existem hospitais no estado que fazem isso, mas a expectativa é a de que possamos ampliar o número de serviços habilitados. São distúrbios raros do ponto de vista epidemiológico, mas quando ocorre na sua casa, na sua família, deixa de ser raro. Teremos a oportunidade de expor para a sociedade e provar que temos meios para ajudar na recuperação, com tratamentos e até mesmo a cura”, reforçou o diretor do Nupad, José Nélio Januário.
Com Agência Minas