Minas tem aumento nos casos de sífilis e especialista alerta para prevenção

sífilis em minas
De acordo com o infectologista Leandro Curi, uso de preservativos é a melhor prevenção (Rovena Rosa/Agência Brasil)

O aumento nos casos de sífilis tem preocupado profissionais da saúde em todo o estado de Minas Gerais. Embora atinja principalmente os jovens, a ascensão no número de idosos e recém-nascidos contaminados reflete a periculosidade da doença. Especialistas frisam que é importante usar preservativos e conhecer o histórico dos parceiros sexuais.

Durante a pandemia de Covid-19, no ano passado, a procura por internações relacionadas a outras doenças caiu consideravelmente. Em relação à sífilis em Minas, no entanto, foram notificados 183 novos casos somente no Hospital Eduardo de Menezes, na regional do Barreiro, na capital mineira.

Ao BHAZ, o infectologista Leandro Curi definiu a sífilis como uma epidemia silenciosa. Ele conta que a doença cresce de modo assustador nos municípios mineiros nos últimos anos e, no tocante à sífilis gestacional – em que a mãe transmite a doença ao bebê ainda na barriga – a situação é ainda mais impactante.

“A sífilis é transmitida muito facilmente pela boca, no sexo oral. Muita gente acredita que pode adoecer apenas pela penetração, mas existem outras formas de contrair”, pontua Curi. O especialista na bactéria ressalta que a mídia não oferece o aporte necessário, e a realização de campanhas de prevenção está cada vez mais escassa.

Sífilis pode afetar o cérebro

Em um primeiro momento, na fase do cancro, os sintomas mais comuns incluem manchas nas regiões íntimas e até mesmo na boca. Já na sífilis secundária, tais vermelhidões na pele se espalham para o restante do corpo. Leandro aponta que muitas pessoas chegam a confundir os sinais com aftas e outros machucados que nada têm a ver com a IST (Infecção Sexualmente Transmissível).

É preciso ter cautela. O tratamento precoce previne que novos sintomas apareçam e comprometam os demais órgãos, como áreas importantes do cérebro e o sistema nervoso central. “Nesses casos, a doença pode evoluir e causar a diminuição da visão, convulsões e a surdez do paciente. Ainda existe a fase latente, em que a pessoa está infectada e pode transmitir a doença, mas sem manifestar sintoma algum”, explica.

Na transmissão vertical, a mãe passa a sífilis para seu bebê durante a gestação. Vale dizer que, nessas situações, a doença pode culminar no aborto espontâneo do feto. “A criança, muitas vezes, nasce com sequelas neurológicas. Isso inclui danos na pele e nos ossos, além de outras más formações”, pontua Leandro.

Prevenção

O caminho para evitar a contaminação é a proteção durante o sexo com a conhecida “camisinha”, incluive nas práticas orais. Uma vez que muitos estão desacostumados a usar preservativos, é importante conhecer o histórico dos parceiros e ter em mente que a doença é altamente contagiosa, podendo acometer de forma silenciosa e sem sintomas.

O lado bom é que a sífilis tem cura. O infectologista Leandro Curi recomenda que pessoas que performaram sexo desprotegido procurem unidades de saúde da rede pública e testem para detectar a doença. Ele frisa que o diagnóstico e tratamento – com a ajuda de antibióticos – são práticos, mas é importante ter uma confirmação para evitar novas transmissões.

Em relação à sífilis congênita – quando os sintomas ainda não se manifestaram – o diagnóstico exige a combinação da suspeita epidemiológica e a avaliação clínica do recém-nascido ou criança, além de testagem sanguínea. Assim, vale dizer que as mães devem seguir o pré-natal para identificar a doença precocemente.

Com Agência Minas

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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