Morre idosa com câncer adotada por mineira após ser abandonada pela própria filha: ‘Doendo demais’

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Dona Maria foi adotada por Veronica após ser abandonada pela própria família (Arquivo pessoal)

Morreu na última quarta-feira (4) a idosa adotada por uma técnica de enfermagem natural de Minas Gerais. Dona Maria faleceu aos 60 anos enquanto dormia em casa, ao lado do filho de Veronica Grossi. As duas ficaram conhecidas nacionalmente depois que a mulher acolheu a senhora, que foi encontrada por ela com um quadro de desnutrição gravíssimo. Ela também tinha um câncer raro e sofria maus-tratos da filha antes de tornar-se parte da família de Veronica, de quem era mãe e filha ao mesmo tempo.

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O BHAZ conversou com Veronica nesta sexta-feira (6), um dia após o sepultamento de Dona Maria. Inconsolável, ela contou que a idosa só esperou o filho chegar parar morrer – como se quisesse despedir-se do garoto. “Ela morreu com meu filho deitado do lado da cama dela. Tá sendo muito difícil, o sepultamento dela foi ontem e ninguém da família dela apareceu”, conta a técnica bastante emocionada.

A mineira explica que, apesar de ter conseguido ajudar Dona Maria, a dor pela morte dela é muito grande. “Graças a Deus eu pude dar a ela um enterro e um sepultamento digno. Tá sendo muito difícil, eu sinto que perdi tudo na minha vida, estou sem rumo. Ainda não entrei em casa, nem banho eu tomei, minha madrinha está me ajudando. Eu nunca senti uma dor tão forte na vida”, declara a mulher.

Apesar do sofrimento com a despedida de Dona Maria, Veronica diz ter aprendido “tudo” com a mãe e filha do coração. ” Eu aprendi tudo com ela. Aprendi a ser uma pessoa melhor, principalmente. Ela era a mãe que toda pessoa sonhava ter. Eu tenho certeza que ela jamais fraquejou enquanto mãe. Os momentos que estivemos juntas foram todos de alegria, a gente nunca se desentendeu”, pondera.

Verônica e Dona Maria foram mãe e filha, uma da outra, por dois anos (Arquivo Pessoal)

Veronica ainda diz que sonhava fazer o tratamento de Dona Maria. “Eu sabia que o câncer dela era raro, mas ela estava muito bem nos últimos dias. Não sentia dor nenhuma, o cabelo dela voltou a crescer. Ela preparou arroz doce para o meu filho e deixou a panela em cima do fogão. Ela estava maravilhosa, mas o médico dela me alertou para eu estar preparada. Eu tinha fé que poderia curá-la com o meu amor, com o amor que construímos”, relembra. “Queria ter feito muito mais, agora peço para que ela interceda junto a Deus para que eu tenha orientação, um caminho”, finaliza entre lágrimas.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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