MP de Contas vai investigar contrato ‘polêmico’ do show de Gusttavo Lima em MG

gusttavo lima
O evento, que seria realizado no dia 20 de junho, já foi cancelado pela prefeitura (Reprodução/@gusttavolima/Instagram)

O Ministério Público de Contas vai investigar o contrato milionário feito pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na região Central de Minas, para que o sertanejo Gusttavo Lima e outros artistas se apresentassem na cidade, no próximo dia 20 de junho. A informação foi divulgada no Diário Oficial de Contas desta segunda-feira (30).

O órgão solicitou que a prefeitura do município encaminhe uma cópia de todos os contratos, aditivos e comprovantes de pagamento de todas as despesas investidas na 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matozinhos. O MP de Contas deu o prazo de 15 dias para que a prefeitura atenda a determinação.

Além de Gusttavo Lima, também se apresentariam no evento os cantores Bruno e Marrone, Israel e Rodolfo, Di Paulo e Paulino, João Carreira e Thiago Jonathan. Ao BHAZ, a administração de Conceição do Mato Dentro informou que “ainda não tem ciência do procedimento” e que, portanto, não vai se manifestar.

Prefeito cancela evento

Apesar de defender a contratação dos artistas em nota divulgada na sexta-feira (27), a prefeitura voltou atrás e decidiu cancelar as duas apresentações. Por meio de vídeo divulgado nas redes sociais nesse sábado (28), o prefeito Zé Fernando (MDB) disse que a cavalgada foi envolvida “em uma guerra político-partidária que não tem nada a ver conosco, com nossa festa” (veja aqui).

O prefeito citou outros artistas que já se apresentaram em edições do evento, como Zezé di Camargo e Luciano, César Menotti e Fabiano e Maiara e Maraisa, e disse que a ida de Gusttavo Lima e de Bruno e Marrone será adiada.

De acordo com a nota divulgada pela prefeitura, os shows seriam pagos por meio de recursos da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Essa verba é paga por mineradoras “como contraprestação pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios”.

Mas, de acordo com o portal da ANM (Agência Nacional de Mineração), os recursos da CFEM só podem ser utilizados “em projetos, que direta ou indiretamente revertam em prol da comunidade local, na forma de melhoria da infraestrutura, da qualidade ambiental, da saúde e educação”.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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