Empresários da Grande BH são alvos de operação contra fraudes milionárias

Operação Sinergia
Agentes cumpriram 22 mandados de busca e apreensão (MPMG/Divulgação)

A quarta fase da Operação Sinergia cumpriu, na manhã desta sexta-feira (4), 22 mandados de busca e apreensão como parte das investigações de crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Os mandados estão sendo cumpridos pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (Cira-MG) em Belo Horizonte, Nova Lima, Betim, Contagem e Sarzedo, em Minas; e na cidade do Rio de Janeiro.

A operação conta com a participação de sete promotores de Justiça, cinco delegados e 70 investigadores da Polícia Civil, dois oficiais da Polícia Militar e 56 policiais militares do Comando de Policiamento Especializado, 62 servidores da Receita Estadual e cinco servidores do Ministério Público de Minas Gerais.

Cumprimento de mandados
Mais de 200 agentes estaduais participaram da operação (SEF-MG/Divulgação)

Investigados

Os alvos são pessoas ligadas ao grupo econômico formado por diversas empresas com atividade de produção, comercialização e reciclagem de sucatas e metais, fornecendo ligas de alumínio para empresas de diversos setores, como as indústrias metalúrgica, siderúrgica e automobilística.

De acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF-MG), esses investigados estão envolvidos em um esquema estruturado de sonegação fiscal.

A operação identificou dezenas de empresas de fachada, que teriam como função emitir notas fiscais falsas (notas frias) para simular operações comerciais e viabilizar a criação de créditos inidôneos de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias).

O Cira-MG ainda investiga o uso dessas notas frias para dissimular a aquisição de mercadorias provenientes do mercado clandestino de metais, além de apurar inúmeros atos de lavagem de dinheiro praticados por intermédio de holdings administradas pelos suspeitos.

“Com a finalidade de eximir as empresas dos débitos tributários constituídos em razão de tais ilícitos, o grupo criminoso realizou sucessões corporativas dissimuladas, deixando a descoberto um prejuízo de centenas de milhões de reais ao Estado de Minas Gerais”, detalha a SEF-MG.

Operação Sinergia

As três fases anteriores da Operação Sinergia identificaram o envolvimento de agentes que atuam em diversas camadas da cadeia do setor econômico de metais, que, segundo a secretaria, é estratégico para o estado, movimentando bilhões de reais e afetando direta ou indiretamente a vida de milhares de mineiros.

“Para além do ilícito percebido pela sociedade em razão do furto e receptação de fios de cobre subtraídos pela ação de indivíduos, as investigações aprofundam a análise de esquemas sofisticados, desde a atuação de intermediários e a criação de empresas de fachada, até o envolvimento de grupos econômicos que promovem fraudes bilionárias”, explica a pasta.

Em maio de 2021, uma das fases da operação desarticulou um esquema de fraude bilionária entre empresários do ramo de metais. Quatro pessoas foram presas, sendo um deles o suspeito de liderar toda a organização criminosa.

A prática do crime envolvia empresas de Minas, São Paulo e Tocantins. O delegado Vítor Abdala informou que o inquérito foi instaurado no começo de fevereiro de 2021, após a apreensão de cerca de 80 toneladas de cobre.

De acordo com as investigações, os representantes de uma empresa com sede em Contagem seriam responsáveis por executar um esquema de sonegação de ICMS que causou mais de R$ 150 milhões de prejuízo aos cofres públicos.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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