Pastor mineiro tem vínculo de trabalho com igreja evangélica negado

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Um pastor de Montes Claros, no Norte de Minas, teve negado o vínculo empregatício com a igreja evangélica em que atuava (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Pixabay)

Um pastor de Montes Claros, no Norte de Minas, teve negado o vínculo empregatício com a igreja evangélica em que atuava. Segundo o juiz Marcelo Palma de Brito, da 1ª Vara do Trabalho, “a vocação e a doação religiosas são livres e não possuem amarras terrenas”.

O homem alega que iniciou o trabalho como obreiro na cidade 2010, recebendo R$ 700 de “auxílio ministerial”. Ele disse, ainda, que morou nas dependências da igreja e exerceu a função de pastor auxiliar.

Posteriormente, como pastor evangélico, morou em várias cidades, recebendo, para a função, R$ 1.200. A dispensa, segundo alegou, ocorreu em julho de 2021.

O pastor que o vínculo de emprego estava estabelecido porque ele “estava sujeito a uma cerrada hierarquia na reclamada”. Ele pediu, inclusive, que a moradia fosse considerada “salário in natura”.

Pastor diz que sentiu ‘chamado’

O julgador, contudo, não lhe deu razão. Ele reforça que o próprio pastor disse que teria sentido “o chamado” após passar a frequentar a igreja. Para o juiz, ficou evidente que o homem se sentiu tocado por Deus ao procurar a igreja e se candidatar ao ministério, passando de fiel leigo a propagador da fé.

“Ao dizer que sentiu o chamado, o autor confessa a índole espiritual de seu ofício, de seu ministério, de sua vocação”, constou da decisão.

Nessa segunda-feira (7), foi publicada uma que altera o artigo 442 da CLT para prever a inexistência de vínculo empregatício entre entidades religiosas e seus membros. De acordo com a nova legislação, a inexistência do vínculo aplica-se mesmo se os membros dedicarem-se parcial ou integralmente a atividades religiosas.

A nova lei determina que o vínculo empregatício poderá ser constatado somente se houver desvirtuamento da finalidade religiosa e voluntária.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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