A Polícia Federal indiciou Policiais Rodoviários Federais e Policiais Militares no caso que resultou em 26 assassinatos em Varginha, região Sul de Minas Gerais. Ao todo, 23 PRFs e 16 PMs foram indiciados por crimes de homicídio, tortura e fraude processual.
Segundo a Agência Pública, a PF concluiu que não houve resistência contra a ação policial no momento da chacina. De acordo com a apuração da Polícia Federal, os agentes teriam simulado um tiroteio, porém, os homens estavam desarmados quando foram surpreendidos e executados.
O caso aconteceu no dia 31 de outubro de 2021. Conforme os investigadores, os policiais envolvidos queriam como resultado a morte de todos que estavam ali.
PF indicia policiais por tortura
Nessa terça-feira (27), a PF encaminhou à Justiça Federal o relatório final do inquérito do caso. No documento, a polícia pede o indiciamento dos agentes, incluindo um tenente–coronel, pelos crimes de tortura, autoria e coautoria de homicídio qualificado e fraude processual.
De acordo com a agência, no último sábado (24), começaram a circular em grupos de policiais em aplicativo de mensagens uma vaquinha para ajudar os agentes da PRF a arcar com custos com advogados e peritos. A mensagem teria partido do “Sindicato dos Policiais Rodoviários de Roraima”.
Na mensagem, é dito que os policiais estão tendo altos custos com a defesa técnica por causa dos desdobramentos do processo. Os agentes pedem a contribuição de qualquer valor dos colegas de profissão.
A agência Pública teve acesso ao inquérito, no qual a Polícia Federal desmonta a versão dos depoimentos dados pelos investigados. Nos documentos, os investigados alegaram que teria acontecido uma intensa troca de tiros com membros de uma quadrilha chamada “Novo Cangaço”.
Os investigadores concluíram que os policiais envolvidos deram “uma versão inverossímil” para os fatos. Para eles, ficou claro que o relato dos PRFs e PMs foi “uma criação fictícia, previamente acertada entre eles”, com o objetivo de se livrarem da responsabilidade pelas mortes.
O resultado do exame pericial apontou que não houve resistência nem injusta agrassão contra as equipes táticas. Do total de pessoas mortas, 17 foram alvejados pelas costas. Foram identificados ferimentos em membros superiores e inferiores, compatíveis com lesões de defesa.
Nenhum policial ficou ferido durante a ação e, ao todo, eles efeturam 500 disparos.