Polícia investiga ex-prefeito por desvio de verba para Covid-19 em Minas

Polícia investiga desvio de verba
Há indícios de superfaturamento na aquisição de materiais de saúde e na prestação de serviços (Polícia Civil/Divulgação)

A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (27), a primeira fase de uma operação que investiga desvio de verba destinada ao combate à Covid-19 pela prefeitura de Luislândia, no Norte de Minas Gerais. De acordo com a corporação, os indícios apontam desvio superior a R$ 1 milhão. As denúncias envolvem o ex-prefeito do município e o ex-tesoureiro nomeado por ele, além de outros investigados.

Os policiais da operação Anticorpos cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em Ibiaí, Luislândia, Icaraí de Minas, São Francisco e Uberlândia. Celulares, computadores e documentos foram apreendidos durante a ação. As investigações começaram em fevereiro deste ano, quando a Polícia Civil em Brasília de Minas começou a apurar a suspeita de superfaturamento na aquisição de materiais de saúde e na prestação de serviços.

O ex-prefeito vai responder pelo crime de apropriação e desvio de recursos públicos praticados quando era mandatário municipal, além de peculato, fraude em licitações e falsificações de documentos. Os outros investigados, pessoas que integram as empresas contratadas pela prefeitura, serão indiciados por fraude em licitação e falsificação de documentos. A conduta do ex-tesoureiro também implica em crime de peculato.

Crimes

O delegado Flávio Cavalcante conta que um avental, vendido no mercado pelo valor de R$ 5,25 foi adquirido pelo município por R$ 24,50, sendo que a quantia gasta com esse item superou R$ 70 mil.

“Além disso, investigamos o pagamento para desinfecção de veículos e prédios sem a devida prestação do trabalho. A empresa contratada não executou o serviço e recebeu pela prestação dele”, acrescenta. Também há indícios de superfaturamento na contratação de tendas para barreiras que foram implantadas no acesso à cidade durante a fase mais restritiva da pandemia.

As denúncias partiram da própria Prefeitura de Luislândia. “Alguns dos pagamentos foram realizados sem que qualquer funcionário assinasse o recebimento. Esses documentos foram apreendidos depois que os subterfúgios foram denunciados”, completa o delegado.

Operação

No andamento da operação, um mandado foi cumprido na fazenda e na casa pertencente ao ex-prefeito do município e o outro, na residência do ex-tesoureiro da cidade. As outras ordens foram executadas nos locais ligados às empresas contratadas.

Durante a ação, duas pessoas foram detidas por porte ilegal de arma de fogo e munições, em Luislândia e São Francisco, depois que os policiais apreenderam um revólver calibre 22 e dois carregadores com munições 380. Os homens foram liberados após pagamento de fiança.

Com PCMG

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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